Perigo – Lixo e mato proliferam nos cemitérios de Santarém

Tidos como morada eterna para muitos, os campos santos, como são popularmente conhecidos os cemitérios, deveriam representar a redenção para os que lá estão, e organização e limpeza para os vivos que visitam seus entes queridos, que partiram desta vida para uma melhor.

Porém, em Santarém, oeste do Pará, os cemitérios de Nossa Senhora dos Mártires e São João Batista, estão praticamente largados ao descaso. Um verdadeiro matagal e um lixão a céu aberto tomaram conta dos logradouros públicos, localizados na área central da cidade.

Para a dona de casa Joselina Santos, o fato é muito preocupante. “Eu passo todos os dias aqui próximo, para levar meu filho para escola, e percebo que não está sendo cuidado. Daqui da Avenida Barão do Rio Branco, a gente consegue visualizar o mato, que em algumas regiões já está maior do que o próprio muro dos cemitérios”, informou.

Ao entrar nos cemitérios é fácil observar o tamanho do descaso, principalmente se levarmos em consideração o período que vivenciamos de alerta para a transmissão de várias doenças pelo mosquito aedes aegypti, como: dengue, zika e febre chikungunya, e agora a febre amarela, pois todos estão tomados por focos da dengue. Os locais de reprodução são os objetos de ornamentação, como vasos e jarros que acumulam água da chuva. Até mesmo as tampas dos túmulos estão servindo de criadouros.

Diante da preocupante situação os moradores que residem próximo aos cemitérios, denunciam que a falta de manutenção e limpeza do logradouro público, representa um grande perigo à saúde da população, pois, até mesmo uma simples homenagem aos entes queridos, como a disponibilização de vasos com plantas, com as chuvas frequentes deste período, pode transformar o gesto de carinho, em criadouro para o mosquito aedes aegypti.

Conforme solicitação dos moradores e populares fica a demanda para a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) e Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), para que possam de forma urgente realizar um trabalho nos cemitérios, e assim evitar que a população sofra as consequências negativas advindas do descaso do poder público.

Outra solicitação, é que da administração do cemitério faça um trabalho educativo, em relação, especialmente à disposição de objetos, como vasos e buquês de flores.

MONITORAMENTO: As ações de combate à dengue competem aos municípios, que devem cumprir metas. Entre os procedimentos essenciais estão vistorias domiciliares por agentes de controle de endemias. Paralelamente, a Sespa faz o monitoramento dos 144 municípios, que receberam o incentivo do Ministério da Saúde para vigilância, prevenção e controle da dengue, e orienta as prefeituras sobre o uso correto de inseticidas (larvicidas e adulticidas).

A Secretaria de Saúde também promove visitas técnicas aos municípios para assessoramento das ações do programa de combate à dengue, além de apoiar a capacitação para o atendimento de casos de febre chikungunya e zika.

Quando há necessidade, a Sespa faz o controle vetorial, como bloqueio de transmissão viral nas localidades, e articula ações com órgãos municipais de saneamento e limpeza urbana, tendo em vista a melhoria da coleta e destinação adequada de resíduos sólidos. Também são realizadas ações educativas e de mobilização, para incentivar a participação da população no controle da dengue.

SINTOMAS: Os vírus da dengue, chikungunya e zika são transmitidos pelo mesmo vetor, o Aedes aegypti, e provocam sintomas parecidos, como febre e dores musculares. Mas as doenças têm gravidades diferentes. A dengue é a mais perigosa, devido aos quatro sorotipos diferentes do vírus, causando febre repentina, dores musculares, falta de ar e indisposição. A forma mais grave da doença é caracterizada por hemorragias e pode levar à morte.

A chikungunya caracteriza-se principalmente pelas intensas dores nas articulações. Os sintomas duram entre 10 e 15 dias, mas as dores podem permanecer por meses, e até anos. Complicações sérias e morte são muito raras. Já a zika apresenta sintomas que se limitam a, no máximo, sete dias.

Mesmo com o período de estiagem na região, quando há menor volume de chuvas, a população deve continuar combatendo possíveis criadouros do mosquito. Se houver dificuldade, as pessoas devem acionar os programas municipais de controle da dengue mantidos pelas prefeituras. As equipes de profissionais capacitados visitam as casas para inspecionar possíveis locais que sirvam de criadouro para o mosquito, com o objetivo de eliminar os focos e orientar os moradores quanto à prevenção e controle do Aedes aegypti.

SESPA INTENSIFICA AÇÕES DE COMBATE À FEBRE AMARELA EM TODO O ESTADO: A Secretaria de Saúde do Estado do Pará (Sespa) informou que um Plano de Contingência na região Oeste do Pará está em andamento após a confirmação de um caso de febre amarela em Rurópolis. O caso veio à tona depois que um macaco morreu em decorrência da doença do tipo silvestre na zona rural da cidade. A investigação do caso foi iniciada por meio de uma ação conjunta entre Diretoria de Vigilância em Saúde do Estado, Centro Nacional de Primatas do Instituto Evandro Chagas (IEC) e Secretarias de Saúde dos municípios de Rurópolis e Itaituba, onde também há relatos de casos.

Casos de febre amarela não foram registrados no Estado desde 2015, quando ocorreu um caso. Em 2016 não houve registros confirmados da doença no Pará. Em 2017, até o momento, não há mortes a serem apuradas e tampouco pessoas internadas com sintomas da doença no Estado.

O Plano de Contigência posto em prática pela Sespa para combater a doença conta com a intensificação da vacinação nas localidades rurais e de mata; verificação de possíveis casos envolvendo outros animais; levantamento do histórico e bloqueio vacinal dos moradores de áreas próximas e a busca ativa de casos humanos suspeitos de febre amarela; intensificação da vigilância de casos humanos de sintomalogia compatível com febre amarela; sensibilização dos profissionais para a importância da notificação imediata de qualquer evento suspeito; montagem de plataforma na copa das árvores para captura do mosquito e realização de visitas às residências da área, entre outras.

Segundo a secretária adjunta da Sespa, Luiza Guimarães, somente em 2016, 71.195 pessoas foram vacinadas no Pará contra a doença. Em 2015, foram imunizadas 80.230 pessoas. “A febre amarela está sendo notificada em outros Estados, como Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. No Pará, nos últimos 10 anos, foram confirmados oito casos de febre amarela, mas a Sespa, junto com o Instituto Evandro Chagas, estão permanentemente em alerta para que casos como esse não se proliferem”, disse Guimarães, que também destacou que a política implementada em parceria com o Instituto diminuiu os casos de malária nos últimos seis anos de 200 mil casos para 12 mil, além de ter tido o melhor desempenho do Brasil no combate à dengue, em 2016, ao não registrar nenhum óbito causado pela doença.

“Pessoas que nunca tomaram a vacina, que é feita em grande escala, periodicamente pelo calendário vacinal, devem procurar os postos de saúde do seu Município para se vacinar, principalmente se viajam para outros estados e países que estão notificando casos de febre amarela e antes de adentrar em matas e zonas rurais. É importante que essa pessoa também tome o reforço da vacina 10 anos após a primeira dose. A Sespa está trabalhando nisso, mas é fundamental que a população se conscientize sobre a importância de tomar a vacina”, recomendou a diretora de vigilância em saúde da Sespa, Rosena Nobre.

AMOSTRAS DE TRÊS MACACOS ACHADOS EM ORIXIMINÁ SÃO INVESTIGADAS: Três macacos encontrados em Oriximiná foram recolhidos na terça-feira (28/02), segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Até o momento, nenhum deles teve a causa da morte por febre amarela confirmada. Dois macacos adultos foram achados mortos e um filhote estava bastante debilitado. Eles foram achados na região do Salgado II, zona rural do Município. Amostras dos primatas devem ser analisadas pela Secretaria de Saúde do Estado (Sespa) e pelo Instituto Evandro Chagas.

Segundo a Semsa, a área onde nos animais foram encontrados não foi interditada porque eles estavam em um trecho onde não há passagem de visitantes. Como medida de proteção, ao menos 48 moradores da localidade foram vacinados contra a febre-amarela. A Semsa faz um levantamento das pessoas que moram e trabalham perto da área para que sejam imunizadas. Uma vistoria é feita para combater possíveis focos do mosquito Aedes aegypti.

A Semsa afirma que não há surto de febre amarela em Oriximiná e que todas as medidas que estão sendo tomadas têm caráter preventivo e visam proteger a população. Apesar de não haver registro de febre amarela na região, a Sespa informou que não há motivo para pânico e que as vacinas estão disponíveis para a população nos postos de saúde dos municípios. Quem tiver interesse em se imunizar contra a febre amarela e demais doenças tropicais podem se dirigir aos locais com a carteira de vacinação. A prioridade, segundo a Sespa, são pessoas que moram na zona rural, região de rios ou quem vai viajar para as regiões do País onde há surto da doença.

A Secretaria de Saúde do Estado (Sespa) recomendou que os municípios do Estado imunizem a população, após o surto febre amarela em Minas Gerais. No oeste do Pará, além de Santarém, outros 12 municípios receberam o alerta e integram a lista para que a vacinação seja feita apenas aos grupos prioritários. Apesar da preocupação com o surto, não há registro de febre amarela em Santarém e nos outros municípios do oeste do Estado. No Brasil, já foram registradas várias mortes por febre amarela.

Por: Edmundo Baía Júnior

Fonte: RG 15/O Impacto

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