Turista estrangeira morre por negligência de hospital
A Polícia Federal está investiga morte de turista em um hospital de Santarém.
Até agora a notícia está sendo abafada, mas nossa reportagem ficou a par da situação. Uma turista de nacionalidade ainda desconhecida teria sido vítima de negligência em um Hospital de Santarém, oeste do Pará. Segundo uma fonte, a turista teria tido um problema de saúde e foi encaminhada ao Hospital. Porém, quando estava internada, por descuido dos funcionários, ela teria caído da janela do prédio. Com o impacto da batida ao solo, a turista teria agravado o quadro de saúde e evoluído a óbito.
Por conta do problema, um representante da embaixada do País de origem da turista teria vindo à Santarém, onde iniciou um processo contra a administração do Hospital local, acusando alguns funcionários de negligência. A Polícia Federal está à frente do caso.
OUTROS CASOS COM TURISTAS: Em setembro de 2016, o turista belga Jean Paul, de 69 anos, morreu, após sofrer um afogamento na praia conhecida como Ponta do Maguary, no município de Belterra, no oeste do Pará. A vítima estava acompanhada de outros turistas, num grupo que visitava a região da Flona do Tapajós. Após o afogamento, comunitários tentaram reanimar o turista e acionaram uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), porém, ele não resistiu e morreu em seguida.
O corpo do belga foi trazido para Santarém por uma equipe do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC). Segundo o delegado da Polícia Civil de Belterra, Lucivelton Santos, foi instaurado um inquérito policial para apurar as causas da morte, mas a perícia do IML confirmou a morte por afogamento.
A esposa da vítima prestou depoimento à Polícia, que comunicou às autoridades belgas para que fosse feito o translado do corpo de Jean Paul para aquele País.
Em julho de 2012, um turista português que estava há uma semana em Santarém hospedado em um hotel na orla da cidade desapareceu no rio Tapajós. De acordo com testemunhas, a vítima, Fernando Braço da Cruz, estava tomando banho no rio Tapajós, quando de repente sumiu. O Corpo de Bombeiros foi acionado. Segundo o subtenente Aroldo Nobre, as buscas começaram no sábado à tarde. “Mandamos uma equipe na lancha para que fossem realizadas as primeiras buscas, mas a equipe teve que retornar por volta das 18h30 devido ao horário”, explica. Durante o domingo a equipe formada por um mergulhador do Corpo de Bombeiros e dois auxiliares continuou as buscas, mas o corpo do turista português não foi encontrado.
“A correnteza é bastante forte no local que ele desapareceu. A gente vai continuar as buscas para ver se o encontra, mas possivelmente o corpo vai aparecer mais à frente do local onde ele desapareceu”, relatou na época o militar bombeiro Aroldo Nobre.
CONSELHO DE MEDICINA INVESTIGOU MÉDICOS E CLÍNICAS DE SANTARÉM: Uma equipe do Conselho Federal de Medicina esteve nos dias 23 e 24 de maio de 2013, em Santarém, ouvindo depoimento de pessoas que denunciaram médicos e clínicas da cidade, nas dependências do Conselho Regional de Medicina (CRM). Após ouvir as testemunhas de cerca de 14 processos contra médicos e clínicas, o Conselho Federal de Medicina (CFM) abriu procedimentos administrativos para investigar os casos.
Durante os dois dias que a equipe esteve em Santarém colheu depoimentos de pessoas que entraram com recursos no CFM denunciando erros médicos e cobrando soluções por parte do órgão.
Uma fonte informou que foi requisitada pelo CFM para esclarecer uma denúncia de erro médico que aconteceu em Santarém. Ainda segunda a fonte, seu marido há cerca de três anos morreu vítima de imperícia, descaso de um plano de saúde e erro médico, ocasionado por profissionais de Santarém por não diagnosticarem a tempo a doença que seu marido tinha.
Depois de passar por vários exames em Santarém, o trabalhador foi encaminhado para um hospital de Belém do Pará, onde morreu vítima de trombose mesentérica. A negligência médica motivou a família a impetrar uma ação junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM).
Hoje, essa pessoa afirma que o seu depoimento junto à comissão do CFM pode contribuir bastante para o processo de investigação de erros médicos, principalmente porque teve um parente próximo que morreu por descaso. “Pelas investigações e pelo parecer que foi emitido na hora, possivelmente pode se dizer que houve um pouco de descaso, imperícia ou alguma coisa tanto do hospital que ele estava na época, quanto do plano de saúde e dos médicos que não o atenderam como deviam”, denunciou a pessoa na época.
A esposa da vitima reforçou, em 2013, que há cerca de três anos procurou a Associação Paraense Contra o Erro Médico (Aspacem) e, que através dos advogados de Belém, fez a denúncia que foi investigada pelo CFM. Ela explica que são muitos os processos que estão sendo investigados em Santarém por negligência e erro médico.
“Na época da morte do meu marido foi diagnosticado trombose mesentérica. A doença dele começou com dores abdominais. Em Belém foi realizada uma cirurgia e foi constatada trombose mesentérica. Aqui em Santarém, os médicos não conseguiram durante o tempo em que ele ficou internado diagnosticar a doença, o qual veio a óbito”, lamentou.
REMÉDIOS DO SUS: Vendas de remédios do SUS em hospitais particulares também estiveram na mira das investigações do CFM. Dois anos depois de fiscais da Divisão de Vigilância em Saúde (Divisa), juntamente com representantes do Ministério Público Estadual (MPE), inspecionarem vários hospitais públicos e particulares de Santarém e constatar diversas irregularidades, como a venda de medicamentos do SUS em empresas privadas e rachaduras nas paredes dos prédios, a fiscalização continuou. Desde o início da inspeção, em abril de 2011, três promotores presidiram o processo, entre eles, a Dra. Maria Raimunda Tavares, a qual iniciou todo o procedimento de investigação. Na época, houve a constatação de que empresas privadas estavam vendendo remédios do SUS, o qual deveria ter sido distribuído gratuitamente à população.
A ação foi determinada pela promotora estadual Maria Raimunda Tavares, para proceder a averiguação das condições sanitárias que visavam checar as estruturas e a qualidade da prestação de serviço de toda rede hospitalar de Santarém, tanto pública e privada. A procuradoria do Ministério Público Federal (MPF) também foi acionada sobre as denúncias, principalmente quanto à comercialização de remédios do SUS. O MPF, por meio da Assessoria de comunicação, na época, informou a inexistência de denúncia desse teor junto a Instituição. O MPF destacou que independentemente da existência de denúncias, o órgão entraria em contato com o MPE para propor atuação conjunta e troca de informações em relação à fiscalização das unidades de saúde em Santarém.
Por: Edmundo Baía Junior
Fonte: RG 15/O Impacto