Atoleiros na BR-156 dificultam ligação ao extremo norte do Brasil

Atoleiros na rodovia BR-156, que liga Macapá a Oiapoque, no Estado do Amapá dão dor de cabeça a milhares de condutores de veículos. Por conta das péssimas condições de trafegabilidade da rodovia, uma viagem de 595 quilômetros entre Macapá e Oiapoque, que deveria durar no máximo dez horas, chega a 42 horas.

A BR-156 é uma rodovia federal longitudinal brasileira. Ela tem início no Município de Laranjal do Jari, vai até Macapá e termina em Oiapoque. São 595 quilômetros entre o Oiapoque e Macapá, e 369 quilômetros entre Macapá e Laranjal do Jari, via cidade de Santana, totalizando 964 quilômetros de estrada.

Destes, apenas 347 quilômetros, entre Macapá e Calçoene, já possuem asfalto. A pavimentação do trecho Calçoene – Oiapoque foi licitada no PAC 2, em dois lotes, e está em fase de conclusão desde o ano de 2014, o que deverá finalizar o asfaltamento do Tronco Norte da rodovia.

O Tronco Sul da rodovia, no trecho Laranjal do Jari – Macapá, encontra-se em leito natural até a presente data. Esta rodovia está sendo construída desde os anos 1940 e não há previsão de quando será terminada.

A advogada Kelly Gabrielly conta horrores que passou durante viagem de ônibus, no trecho entre Macapá e Oiapoque, por causa dos atoleiros. “Os atoleiro tomaram conta da BR. E todo ano, no inverno, a cidade fica um pouco isolada. Nunca terminaram de asfaltar essa rodovia. Na verdade, o Oiapoque fica na fronteira com a Guiana Francesa. Então essa rodovia liga o Oiapoque ao resto do Brasil, porque aqui é a última cidade do Amapá”, explica a advogada.

Entre Oiapoque e Macapá, há cidades como Calçoene, Tartarugalzinho, entre outras vilas, mas, de acordo com Kelly, o problema maior fica em um trecho, onde a viagem que deveria durar seis horas, acaba durando 40 horas. No local, vários acidentes foram registrados, por conta dos atoleiros.

“Esse trecho ruim da estrada fica perto de Calçoene. A promotoria do Oiapoque, está até vendo uma possível Ação de Plano de Melhoria pra BR-156. Em alguns lugares, os ônibus e caminhões só passam porque são puxados por tratores. Alguns carros ficam mais de 40 horas nos atoleiros. Até a Polícia Rodoviária Federal (PRF) tem dificuldade para trabalhar na BR”, apontou Kelly.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Denit) informou que a construção do trecho Norte da BR-156 deve ser concluída no segundo semestre deste ano de 2017. A obra da rodovia federal é uma das mais antigas do país. Aberta a partir de 1940, a pavimentação começou somente décadas depois, em 1976. A licitação para o trecho sem asfalto tem previsão de lançamento para setembro deste ano. Ela vai contemplar os 112 quilômetros restantes onde ainda há atoleiros em períodos invernosos.

Fonte: RG 15/O Impacto

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