Joacy: “Falta estrutura e coragem para clubes trabalharem suas bases”

Joacy Moura critica falta de apoio aos clubes profissionais e amadores

Em Santarém, temos jovens talentosíssimos quando o assunto e futebol, e alguns deles tem feito bonito na arte do futebol em outros estados do Brasil. Para falar com propriedade sobre esses feitos, convidamos o fundador da Agremiação Atleta do Futuro, professor Joacy Moura.

“A Agremiação Atleta do Futuro vem colocando em prática na cidade de Santarém nesses últimos anos, um trabalho que tem sido bastante ostensivo e proveitoso para os garotos, que buscam ascender ao futebol. Dentro da metodologia e dos aspectos técnicos, nós temos procurado fazer um trabalho qualificado dando suas devidas condições tanto em campo quanto fora dele”, declarou.

Não é novidade que em Santarém e nos municípios que a cercam, temos centenas de talentos natos. Para uma criança ou um jovem entrar na Agremiação, quais as exigências feitas? “A primeira coisa a fazer é saber se o pai tem consciência de que o filho busca esse caminho, porque nesse passo a família passa toda a sistemática do processo para entrar na agremiação, pois não é só apenas o atleta participar dos treinos, também tem a participação da família, os pais, parentes ou o responsável por ele, tem o comprometimento. Quinzenalmente temos reuniões de avaliações, tanto na parte comportamental e escolar como também na parte de dedicação à sua atividade principal, que eles têm como idealização de um sonho em ser um jogador de futebol”, informou Moura.

“A Agremiação já atua em Santarém há dois anos, desde 2016, quando foi fundado esse processo. Como eu fui um dos profissionais que trabalhei em um clube local, tentei implantar uma filosofia de categoria de base, mas as dificuldades que eles alegam é financeira e que não dava condições de ter uma categoria de base. Nesse intuito, eu e o professor Claudiney idealizamos o processo, implantamos e estamos provando que deu certo. Um trabalho quando é feito com responsabilidade e comprometimento, não precisa de apoios públicos, mas quando se quer trabalhar e se tem o material humano necessário para que isso aconteça, esse trabalho não tem preço, os pais sempre estão à frente desse desafio. Não é diferente da Agremiação, que em dois anos já tivemos três viagens para três competições interestaduais, sendo a última agora em São Paulo e, graças a Deus a equipe foi valente. Nós temos atividades todos os dias da semana, com trabalhos específicos em dois dias na academia Via Atlética. Nós temos um trabalho especifico e voltado para sua espiritualidade, temos um trabalho de célula onde levamos um pastor todas às quartas-feiras antes dos treinos. Temos esse trabalho espiritual, que ensina para eles que as coisas também vêm lá do céu. Então, esse é um dos objetivos nosso. O terceiro, é que nós fazemos o acompanhamento escolar e buscamos que haja sempre um comprometimento, pai, atleta e agremiação, para que nós sejamos o educador do filho, nós somos aqueles que coloca eles no mercado”, disse Joacy.

TORNEIOS EM SÃO PAULO: “Com relação à viagem para São Paulo, foi novidade para os meninos. A princípio, o susto é grande, sair de Santarém com a ajuda dos pais e todo o sonho desses garotos sobre nossos ombros. Isso passa a ser um desafio além das expectativas individuais de cada um, conhecer São Paulo, que é capital do futebol brasileiro. Nesse período que estivemos por lá, estava acontecendo a Copa São Paul de Júnior, onde todo o Estado se movimenta em vários municípios, tendo competições paralelas. Estivemos em Xavantes, onde tivemos nosso primeiro desafio. Foi um jogo pela manhã, quando iríamos enfrentar a Ponte Preta, só que na preleção eu não falei com qual equipe nós iriamos jogar para evitar o desgaste emocional e ninguém conseguiria dormir, por nervosismo. Usei dessa estratégia e fomos bem-sucedidos, porque eles entraram com muita disposição e garra e conseguimos passar pela Ponte Preta com um placar até fácil, 3 x 0. Os meninos souberam se impor e graças a Deus vencemos esse primeiro desafio e entramos na competição com o pé direito. Fomos eliminados na parte das oitavas para as quartas de finais nos pênaltis. Quer dizer, uma fatalidade normal, mas que o objetivo que nós fomo buscar foi alcançado. Na cidade de Brodowsk, capital do Portinari, onde ele nasceu, estivemos para participar de mais uma competição, saímos de Xavantes, mais 350 quilômetros para uma outra competição, outro nível, onde nessa competição tinham equipes do Paraguai, Chile, Bolívia e Venezuela e lá a gente encantou um cidadão Boliviano que até agora estamos amadurecendo alguns processos futuros, e trazer parcerias para cidade de Santarém. Ele quer fazer intercâmbio de jogadores. Lá em Brodowsk tivemos uma excelente participação, jogamos com o Londrina, com equipes do Paraná e outras equipes e, na mesma sequências avançamos e tivemos que sair na penalidade de 11 x 10. Quer dizer, a gente foi muito além das expectativas, foi proveitoso porque acumula experiência e crescimento”, se manifestou.

APOIO AOS ATLETAS DA REGIÃO: Nós temos três times grandes em Santarém, São Raimundo, São Francisco e Tapajós, mas nenhum desenvolve a categoria de base. Perguntamos ao professor o que falta para adotarem esse tipo de trabalho nesses clubes: “Falta atitude e coragem, porque os clubes existem. O Tapajós é o mais recente, mas assim mesmo já tem um histórico. Falta organização, planejamento e condições. Estrutura existe, agora precisa-se de profissionais qualificados para desenvolver um trabalho dessa natureza, porque é comprometedor, e trata-se de um trabalho de formação. Porque para trabalhar a base, sem nenhum objetivo ou afim, mesmo que os atletas estejam almejando uma possibilidade de se tornar profissionais nessas equipes, tem que ser bem preparado na questão psicológica, técnica e tática, bem como na sua estrutura de formação física. Estou em Santarém há dois anos, sabemos que existe competições de base, Sub-17, Sub-20, Sub-15 aqui na cidade, mas não se tira um proveito porque a qualificação do trabalho em si é prejudicada pelas condições que esses clubes estão se submetendo. Me refiro aos clubes amadores, que vão no sacrifício e boa vontade. Os representantes da Liga criam essas condições, infelizmente no Município em todo o Estado. Eu tenho andado por várias cidades próximas e noto a carência por uma formação, por algo planejado”, finalizou Joacy Moura.

Por: Jefferson Miranda

Fonte: RG 15/O Impacto

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