Secretário de Segurança: “vivemos uma guerra não declarada”

Jeannot Jansen afirma que legislação não protege suficientemente os policiais.

Acompanhando comitiva do governador, o titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) esteve em Santarém, e entrevista ao O Impacto, se posicionou sobre questões da segurança pública, em especial ao elevado número de mortes de Policiais Militares. Também avaliou os trabalhos executados no ano de 2017.

Jornal O Impacto: Secretário qual a finalidade da sua visita a Santarém?

Jeannot Jansen: Várias finalidades, mas a principal na qual eu dedico mais tempo, obviamente foi conversar com o nosso pessoal, verificar as dificuldades existentes da Polícia Militar, o comandante geral Coronel Hilton me acompanhou nessa viagem, quanto a Polícia Civil, estamos aqui nessa unidade de apoio pronta para ser inaugurada, o delegado geral está me acompanhando, quanto ao Corpo de Bombeiros Militar, mas também a razão motivadora para ser esta data é que eu acompanhei o governador com muito orgulho para inaugurarmos o Centro Regional de Governo, uma coisa fantástica porque é a aproximação entre o governo central do Estado e as suas regiões mais importantes, e está Vale Tapajônico não poderia ficar de fora obviamente, então eu fiquei muito satisfeito, é um escritório muito bem montado e organizado e eu acho que vai cooperar para uma integração maior entre os municípios dessa região do Tapajós com o governo central do Estado. Os senhores sabem que isso é sempre uma dificuldade, é como organizar um governo central com 144 municípios, está é uma das saídas, tem representações de governos nas regiões mais importantes do Estado, eu acho essa uma ótima solução?

Jornal O Impacto: Como o senhor avalia o ano de 2017, em termos de segurança pública em nosso Estado. O que houve de avanço e o que continua sendo um desafio?

Jeannot Jansen: Nós não fomos muito diferentes do que o restante do Brasil, segurança pública é uma questão social que depende do envolvimento das camadas sociais os níveis de segurança de público eles serão melhores ou piores de acordo com o nosso envolvimento, qual envolvimento? Do governo do Estado, do seu aparato especializado em segurança pública, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Detran, Sistema Penitenciário e Centro de Perícias Científicas que são os seis órgão vinculados a minha parte, mas não apenas as diversas secretarias, principalmente aquelas que trabalham na área social como a da educação, como a Secretaria de Saúde e todas as outras tem que estar envolvidas, nós temos o nível municipal onde os governos municipais também tem que ficar envolvidos e temos acima de tudo a União, primeiro com a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, vamos falar de um item, por exemplo, o item homicídio, 83% dos homicídios no Estado do Pará, não é diferente no restante do Brasil, são de pessoas que de alguma forma estiveram ligadas ao crime a delinquência, passagens pela Polícia, já tinham sofrido flagrantes, já cometeram crimes na sua maioria ligadas ao tráfico, as drogas entram pelas fronteiras e estradas, principalmente os grandes eixos que são as estradas federais, eu não estou passando a responsabilidade para os outros, certamente a maior responsabilidade é minha, mas estou dizendo que o avanço significativo se dará dessa forma, vou lhe dar um exemplo, no estado do Pará, nos último 10 anos a população carcerária, isto é, o número de presos no sistema penitenciário do Estado aumentou anualmente em média 3,5%, nos 2 últimos anos o número aumentou mais de 14% por ano, foram quase 3800 presos a mais em dois anos, é um número assustador, porque? Prisões efetuadas pela Polícia, o crime aumentou, mas aumentou muito o trabalho da Polícia e o número de pessoas que foram colocadas à disposição da Justiça. No primeiro semestre do ano passado nós tivemos um aumento significativo em alguns crimes como roubo, homicídio e latrocínio, porém no segundo semestre todo, nós tivemos um decréscimo significativo, nós iniciamos esse ano empregando todo o nosso esforço para que os índices diminuam ainda mais, sempre estaremos comparando com o período do ano passado para verificar essa diminuição.

Jornal O Impacto: Aqui na região Oeste, diferentemente da grande Belém, onde ano passado houve um número muito grande PM’s mortos, como o senhor avalia? O senhor é cobrado pelas classes e como o senhor vê essa situação?

Jeannot Jansen: Primeiramente lamento profundamente, porque são soldados, heróis que estão defendendo a sociedade e estão sendo vitimados, segundo há de se ter um legislação que puna com extremo vigor aquele que atentar contra um agente de segurança, esse é um pleito de todos os secretários de segurança, eu pessoalmente, já estive na presença do chefe dos três poderes onde esses pleitos foram colocados, há de se ter um legislação, já estivemos com o presidente da Câmara falando isso, há de ter um legislação muito mais rigorosa para condenar aquele que atentar contra um agente de segurança, essa é a primeira medida, segunda nós temos que adotar algumas medidas extraordinárias nesse momento, estamos adotando algumas medidas desde já, por exemplo, estamos adquirindo um maior número de armamentos de arma longa para distribuir e fazer uma articulação desse armamento melhor com a Polícia em todo estado, isto é uma melhoria, terceiro, estamos investindo muito em nosso equipamento de rádio comunicação, inclusive naquelas áreas particularmente do sudeste do Estado, para que o policial não fique sem comunicação a rádio, é outra medida muito importante, entre outras que nós poderíamos destacar, obviamente o nosso policial está treinado, acreditamos que nós vamos vencer essa resistência, mas é preciso que se tenha caracterizado o seguinte, não apenas o Estado do Pará se aperceba disso, é preciso que o país de aperceba, nós estamos em uma guerra não declarada, onde a legislação não protege o agente de segurança, é isso que tem que ficar muito claro para todos, os senhores tem um papel muito importante nisso, porque devem destacar esse ponto, o nosso policial é um soldado que está numa guerra onde a legislação em vigor não o protege suficientemente e isso precisa ser mudado.

Por: Edmundo Baía Junior

Fonte: RG 15/O Impacto

Um comentário em “Secretário de Segurança: “vivemos uma guerra não declarada”

  • 3 de fevereiro de 2018 em 13:46
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    Exatamente, Secretário, uma guerra que os direitodusmanos tentam esconder ! E bandido só respeita chumbo quente, porque as leis pra eles nada valem, familias são destruídas por esses marginais, chega !

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