Crítica | Círculo de Fogo: A Revolta

CRÍTICA | CÍRCULO DE FOGO: A REVOLTA

Pacific Rim: Uprising

Por: Allan Patrick

O primeiro filme da sequência, Círculo de Fogo (2013), foi dirigido pelo visionário diretor Guillermo del Toro (ele que venceu o Oscar 2018 pelo filme “A Forma da Água”), a produção  foi um marco para o gênero, que trouxe o velho sonho de crianças dos anos 80 e 90 em ver batalhas épicas de robôs contra monstros alienígenas gigantescos, do tamanho de grandes edifícios, algo que só acompanhávamos em produções japonesas, como Ultraman, Power Rangers entre outros. Aqueles que assistiram o anime japonês “Neon Genesis Evangelion”, podem acompanhar emocionados, através dessa adaptação cinematográfica, o vislumbre de um mundo ameaçado por monstros gigantescos, como no anime, mas em um contexto diferente e mais criativo.

A nova sequência não traz a originalidade, nem o elemento surpresa do primeiro, tornando a missão do estreante diretor Steven S. DeKnight, praticamente impossível, mas é aí que nos enganamos profundamente, imagine que ele teve o árduo dever de não repetir a mesma história do primeiro, criando novas situações para provocar o encantamento do público. Esse filme é extremamente recomendado para aqueles que apreciam o subgênero de monstros gigantes e robôs dentro da ficção científica. Essa produção de centenas de milhões de dólares, não se envergonha nem um pouco em ser uma eficiente obra do gênero. As atuações são convincentes o suficiente, principalmente vindo do astro John Boyega (o Finn dos novos Star Wars), que aqui entrega uma atuação carismática e competente. Senti pouco aprofundamento na construção de personagem dos cadetes e de alguns rangers, os efeitos são simplesmente espetaculares e o roteiro, mesmo sendo simples, está muito bem trabalhado. Mas perde em muitos requisitos com relação ao primeiro, mas nada que estrague a sua experiência.

Círculo de Fogo não é recomendado para todos os gostos, se você quer se divertir bastante, com cenas de lutas frenéticas, explosões e perder o fôlego de minuto a minuto, é, esse filme é para você, não espere momentos de dramas épicos ou diálogos complexos. Círculo de Fogo é sobre monstros gigantes invadindo e destruindo a terra e a defesa humana vem na forma de robôs colossais para combatê-los. E é isso. Não curtiu a premissa? A porta da rua é serventia da casa.

A trama se passa dez anos depois que os humanos venceram a guerra contra os kaiju (que significa em japonês “fera estranha”), e selaram a fenda interdimensional por onde as bestas adentravam em nosso mundo. O personagem de Idris Elba no primeiro se sacrifica para tal, e agora temos o seu filho como protagonista, vivido por John Boyega, também o produtor do longa. A todo momento Jake (seu personagem) afirma que não é heroico como o pai, não gosta de discursos motivacionais, abandonou a carreira militar no comando dos grandes enlatados e prefere passar a vida em festas e no lado errado da lei.

Também está presente no filme o filho de um verdadeiro mestre na vida real, Scott Eastwood, filho de Clint Eastwood, que tenta levar o legado de seu pai, mas até agora sem muito sucesso. Ainda no elenco temos a volta dos personagens de Rinko Kikuchi, Charlie Day e Burn Gorman, a carismática chinesa Jing Tian (A Grande Muralha e Kong: A Ilha da Caveira) e a talentosa menina Cailee Spaeny, essa menina rouba a cena do início ao fim, um verdadeiro achado do filme. O roteiro foi escrito a quatro mãos, entre elas a do próprio diretor Steven S. DeKnight (vindo de séries de TV como Smallville e Demolidor).

Posso assegurar que teremos reviravoltas certeiras no filme.  Ao assistir Círculo de Fogo – A Revolta, desligue o cérebro e viaje nesse mundo fantástico sem muitas expectativas, pense por este lado, “é o Transformers que deu certo”. Eu particularmente adorei o filme, muita ação, e suspense, perdi o fôlego em diversos momentos, na minha humilde opinião é um bom filme de acordo com que ele se propõe. Nota: 7,0.

 

 


DICAS NETFLIX

ANIQUILAÇÃO

Annihilation

Após escrever o roteiro de obras bem interessantes como Extermínio, Não Me Abandone Jamais e Dredd, Alex Garland fez sua estreia como diretor no final de 2014, com a ótima ficção Ex-Machina: Instinto Artificial. O longa é uma obra extraordinária e original, com poucos personagens, um cenário restrito e muita reflexão sobre o avanço da tecnologia e da humanidade. Agora, pouco mais de três anos depois, o cineasta chega com seu segundo trabalho como diretor: Aniquilação. Na trama, uma bióloga (Natalie Portman) se junta a uma expedição secreta com outras três mulheres em uma região conhecida como Área X, um local isolado da civilização onde as leis da natureza não se aplicam. Lá, ela precisa lidar com uma misteriosa contaminação, um animal mortal e ainda procura por pistas de colegas que desaparecem, incluindo seu marido (Oscar Isaac). Minha nota 8,5.

 

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