Emerson: “Presidente do ICPET mostra fraqueza ao fazer B.O. na Polícia”

Emerson Silveira diz que Jean Carlos quer enfraquecer Movimento pelo Estado do Tapajós

A criação do Estado do Tapajós é um dos maiores sonhos de toda população do Oeste do Pará, pois sempre esteve explícito e notório o quanto o governo do Estado é ausente, tudo demora, só promessas. Mas esse sonho não está nem perto de se acabar, existem em nosso Município movimentos e pessoas que ainda lutam pela causa, e que de certo modo servem de inspiração para aquelas pessoas que esmoreceram depois da última derrota sofrida no plebiscito de 2011, resgatando assim a esperança de dias melhores. Para falar das novas estratégias que são adotadas, planos e ações, o representante de um desses grupos, Emerson Silveira, da União dos Municípios Pelo Estado do Tapajós, esteve em nossa redação e falou sobre vários assuntos, entre os quais, de um Boletim de Ocorrência (BO) registrado na Seccional de Polícia Civil contra sua pessoa, feito pelo presidente do Instituto Cidadão Pró Estado do Tapajós (ICPET), Jean Carlos.

Quais novidades podemos ter com relação ao planos e ações para criação do Estado do Tapajós? Emerson Silveira, disse: “Nós estivemos em Brasília no mês passado, e conversamos com os deputados federais, não só com os deputados do Pará, mas também com todas bancadas partidárias em nível nacional. Nós convidamos a população da região, através de um processo que nós criamos a partir de dezembro de 2017 que será o Congresso da União dos Municípios Pelo Estado do Tapajós, que acontecerá nos dias 05 e 06 de maio no Sindicato dos Rodoviários de Santarém. Nós começamos a partir de dezembro esse processo de tiragem de delegado, sendo que a União dos Municípios pelo Estado do Tapajós nasceu de uma anseio de participação de algumas entidades que não puderam naquele momento participar da eleição do Instituto Cidadão Pró-Estado do Tapajós, por terem sido barradas, por não terem condições de vir até Santarém na época; nós reunimos essas entidades, o Conselho Regional de Entidades de Base (COREB), conselho em que eu, dona Letícia, Nilson e vários outros companheiros somos porta-vozes e todas as entidades que estão dentro do COREB estão representadas pelos porta-vozes, ou seja, temos a presença de igrejas evangélica, católica, sindicatos de todos os segmentos da sociedade. Então, a partir desse momento nós começamos a trabalhar para a realização de um grande Congresso que vai aglutinar representatividade dos 23 municípios que atualmente nós temos dentro do projeto de criação do Estado do Tapajós. Já fizemos eleições em 13 municípios, dentre os que estão construindo esse Congresso, que vai aprovar um projeto de estatuto democrático, proporcional às eleições e vamos eleger a primeira diretoria da União dos Municípios pelo Estado do Tapajós, que chamamos de ´Unitapajós`”, disse Emerson Silveira.

Sabemos que em 2011, lamentavelmente, nós perdemos nossa emancipação. Isso trouxe à população um certo descontentamento e as pessoas relaxaram. Hoje, em uma escala de um a cem, existe uma outra possibilidade de conseguimos um dia criar o Estado do Tapajós? Perguntamos.

“A Unitapajós tenta construir um debate dentro do Congresso Nacional e entre a população do Oeste do Pará, da seguinte forma: primeiramente, nós precisamos conscientizar toda população para que o Estado do Tapajós se concretize, para não cometermos os erros do passado, de que o novo Estado será criado para uma, duas ou três lideranças partidárias que disputam eleições. O Estado será algo para o povo, é para o Governador estar próximo dos municípios que farão parte desse Estado, é para os deputados estaduais e federais, para os senadores da República, para os secretários de Estado estarem próximos. Coisa que não temos hoje na atual situação. Isso deve ficar muito claro para a sociedade, porque na hora em que alguém vier falar que nós estamos criando um Estado para fulano, nós teremos na ponta da língua a resposta. Mas, como nós vamos conseguir fazer isso? Chamando as lideranças políticas e comunitárias para o debate! Não existe uma fórmula hoje, para conquistarmos o Estado do Tapajós rápido, existe algumas estratégias a serem montadas que possibilitarão sua criação. Então, nós temos em Brasília algumas PECs, alguns projetos de emendas constitucionais, sendo que essas PECs estão todas aglutinadas na Comissão Especial, a qual é composta por 32 membros e hoje já temos indicados 11 deputados federais, faltando 21. Essa comissão visa aprovar a possibilidade de criar plebiscitos apenas na área interessada, ou melhor, a área que quer a emancipação. Então, na possibilidade da mudança constitucional, nós só teríamos os votos no Plebiscito apenas dos 23 municípios”, informou.

No plebiscito de 2011, só perdemos por conta da diferença gigantesca em relação ao número de habitantes da capital Belém e municípios em torno, que massivamente são maiores que os da região Oeste do Pará. Fale sobre isso: “São 3 milhões de votos, fora os que não foram votar, ao todo eles têm cerca de 5 milhões de eleitores. Nessa situação, de fato, a gente nunca vai virar Estado. Agora, mudando o dispositivo do artigo 18 da Constituição, que dá o amparo para ter plebiscito apenas na área interessada, que é algo que queremos mudar, nós também queremos mudar as regras dentro dessa Comissão através de audiências públicas que o Congresso Nacional possa ter a disponibilidade e prerrogativa de criar novos estados, porque da forma em que nos encontramos não iremos criar Estado, nunca! No modelo atual, só é com plebiscito e depois de aprovado precisa passar pela Assembleia Legislativa, onde eles farão uma lei complementar e depois o Congresso Nacional, junto com o presidente da República sancionarão essa lei. Trata-se de uma burocracia imensa, mas nós temos condições concretas de construir um caminho mais fácil. Porém, sem a mobilização popular, sem o povo entender a necessidade do Estado do Tapajós, dificilmente a gente vai conseguir chegar a um lugar distante para conquistar esse Estado”, declarou Emerson Silveira.

Recentemente, Emerson Silveira esteve presente na TV Impacto, e falou sobre o movimento que estava acontecendo e durante essa entrevista, disse que a eleição do Instituto Cidadão Pró-Estado do Tapajós foi uma fraude.

O atual presidente do instituto, Jean Carlos, que também concedeu uma entrevista à TV Impacto, esteve na Seccional de Polícia Civil e registrou um Boletim de Ocorrência (BO) contra você. Perguntamos: Qual seu ponto de vista diante desta situação? “Na verdade, eu gostaria de me direcionar àquelas pessoas que não participaram do processo de eleição do Instituto Cidadão Pró-Estado do Tapajós, que ocorreu no dia 7 de dezembro de 2017, foram mais de 15 instituições, associações, sindicatos, cooperativas de vários municípios como Almeirim, Monte Alegre, Mojuí dos Campos, Prainha e Alenquer; foram municípios que nós tínhamos feito contatos e naquele momento queríamos democratizar e regionalizar a eleição do Instituto, porque dentro do seu estatuto não existe uma regionalização do movimento. O estatuto do ICEPT é muito especificado para Santarém; pode atuar nacionalmente, mas não abre espaço para os outros municípios e naquele momento ocorreram muitos erros dentro do processo da eleição do Instituto. Por exemplo, eles resolveram criar a votação apenas em Santarém e eu era voto vencido entre os três candidatos; não tinha acesso ao estatuto naquela época, não podia me defender, não sabia onde estava pisando, mas eu continuei fazendo parte do processo porque eu queria ver até onde iria. Então, houve dentro da situação da votação, secretarias que votaram seis vezes, quando deveriam ter votado apenas duas vezes. Por exemplo, a Secretaria Municipal de Educação de Santarém teve o voto da educação, dos desportos e o voto do lazer, ao todo foram 6 votos em apenas uma Secretaria; na Câmara de vereadores o presidente tinha colocado um nome, na hora da votação um Vereador da base do governo de Santarém trocou o nome pelo dele. Portanto, houve vários vícios ilícitos e outras coisas que foram equivocadamente feitas. Isso pra mim é fraude! Não se trata de uma coisa normal. Se eu tivesse ido ao Ministério Público ou para a Delegacia, igual o Jean Carlos fez esses dias ao fazer uma BO porque eu falei isso na época, eu teria embargado aquela eleição. Mas, naquele momento o que aconteceria? Eu ia criar um problema para o movimento. Então, meu objetivo não era aquele, terminou a eleição e nós criamos o Conselho Regional de Entidades de Base junto com essa associações e sindicatos que não participaram do processo eleitoral do Instituto e fomos construir a União dos Municípios do Estado do Tapajós. Aí começamos um processo de construção das bases. Essa denúncia do Jean Carlos, infelizmente, nos traz um pensamento de fraqueza para o movimento, ele está querendo enfraquecer o Movimento pelo Estado do Tapajós. Isso é muito ruim. Você não pode matar uma liderança política que está querendo começar agora, ou seja, eu vou intimidar essa liderança popular porque ela pode querer daqui a alguns dias crescer em cima do movimento. Eu quero deixar muito claro aqui, que não sou candidato a nada, tem gente que acha que todo mundo que está no Movimento pelo Estado do Tapajós é candidato. Se fosse assim, teríamos que lançar a dona Letícia, Nilson e várias outras lideranças de outros municípios. Nós não somos visionários politiqueiros, nós queremos o Estado do Tapajós para que os políticos possam estar mais próximos da gente. Essa denúncia do Jean Carlos é requentada, era para ter sido feita em dezembro do ano passado, ocasião que fiz a entrevista aqui e compartilhei entre todas as redes sociais. Não estamos criando nada ilegal, pois estão falando por aí que estamos criando uma entidade, já me chamaram inclusive de estelionatário. Quero dizer que eu sou formado na área de organização social, eu sou administrador público por formação acadêmica e eu tenho conhecimento na área”, finalizou Emerson Silveira.

Por: Jefferson Miranda

Fonte: RG 15/O Impacto

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