Ministério da Saúde atesta que Amazonas e Roraima têm surto de sarampo;Pará em alerta

Alerta: 263 casos da doença já foram confirmados no Amazonas, que faz fronteira com o Pará

Os estados do Amazonas e Roraima estão com surto de sarampo, informou o Ministério da Saúde. O Amazonas já tem mais casos da doença do que Roraima com 263 casos confirmados da doença até o dia 20 de junho.

Segundo o ministério, 1.368 casos permanecem em investigação e 125 foram descartados. No total, são 1.756 notificações no estado, sendo 82,1% (1.441) destes em Manaus.

Roraima confirmou 200 casos da doença, mas 177 continuam em investigação e 35 foram descartados, totalizando 412 casos notificados. No total, Amazonas e Roraima têm 463 casos confirmados da doença.

Roraima registra casos da doença desde fevereiro quando o primeiro diagnóstico da doença foi registrado em uma bebê venezuelana de 1 ano, que morava com os pais em uma praça no Centro de Boa Vista. De acordo com análises da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o vírus que circula no estado é importado da Venezuela.

Mato Grosso também tem casos

No Mato Grosso, um homem de 31 anos e uma mulher de 30 foram diagnosticados com sarampo, em Guarantã do Norte, a 721 km de Cuiabá. Foram os dois primeiros casos registrados após 19 anos sem notificações da doença no estado.

Como o município de Guarantã fica próximo à divisa com os estados do Pará (PA) e Roraima (RR), a Vigilância Epidemiológica do estado investiga se os doentes contraíram o vírus em Mato Grosso ou nos outros estados.

O sarampo

O Sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa. Pode causar:

  • febre,
  • conjuntivite
  • mal-estar
  • tosse
  • manchas vermelhas na pele

Prevenção

Segundo o Ministério da Saúde, 711,4 mil doses da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) foram encaminhadas para os estados desde janeiro para atender a demanda dos serviços de rotina e a realização de campanhas.

Desse total, 487,4 mil doses foram para o Amazonas e 224 mil para Roraima.

Segundo informações repassadas pelo estado do Amazonas ao Ministério da Saúde, até o dia 18 de junho, foram vacinadas 155.510 crianças, alcançando uma cobertura de 81,2% do público-alvo composto por 191.585 pessoas.

Já em Roraima foram administradas 112.971 doses de vacina tríplice viral em brasileiros, venezuelanos e pessoas de outras nacionalidades.

Em 2016, o país ganhou certificado de eliminação do sarampo pela Organização Pan-Americana de Saúde. Em nota o Ministério da Saúde diz que “atualmente empreende esforços para manter o certificado principalmente por meio do fortalecimento da vigilância epidemiológica, da rede laboratorial e de estratégias de imunização”.

A vacinação de crianças menores de um ano teve seu menor índice de cobertura em 16 anos. A vacina Tetra Viral, que previne o sarampo, caxumba, rubeóla e varicela, apresenta o menor índice de cobertura: 70,69% em 2017.

Sespa alerta para prevenção contra casos de sarampo
A exemplo do que vem ocorrendo em outros Estados, a Secretaria de Saúde do Pará (Sespa) acaba de emitir um informe aos 13 Centros Regionais de Saúde para que alertem as 144 secretarias municipais de Saúde  quanto ao reforço das ações de controle e prevenção do sarampo.

O alerta se dá em função de recentes surtos da doença na Venezuela e em Estados como Amazonas, Roraima e Rio Grande do Sul, envolvendo inclusive pessoas com histórias de viagem à Europa. No Pará, os últimos casos de sarampo foram registrados em 2010, sendo três e todos importados.

Atualmente, a vacina contra o sarampo está disponível todo tempo e de graça nas Unidades Básicas de Saúde por meio do seguinte esquema: uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses de idade e a segunda dose (com a vacina tetraviral, que também protege contra a varicela) aos 15 meses. Adultos, com até 49 anos de idade, sem histórico da doença e/ou sem comprovante vacinal também devem ser vacinados.

Apenas as pessoas imunodeprimidas – como as portadoras de doenças crônicas – e as grávidas não devem receber a vacina. No caso das gestantes, estas devem esperar o parto para serem vacinadas. Se a mulher planeja engravidar, um exame de sangue poderá certificar se já está imune à doença. Se não estiver, deve ser vacinada antes da gravidez e esperar pelo menos quatro semanas antes de engravidar. No caso dos profissionais de saúde, para serem imunizados, são necessárias duas doses com um intervalo de 30 dias entre elas, independentemente da idade.

O alerta é importante porque as coberturas vacinais contra o sarampo no Brasil estão abaixo da ideal de 90%. No território paraense, a média de vacinados contra o sarampo em 2017 está disposta da seguinte forma, segundo o que consta no site do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde: 69% com a primeira dose da Tríplice Viral e 55% para a tetraviral.

Segundo o informe emitido pelos Departamentos de Vigilância Epidemiológica e da Saúde da Sespa, o sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, transmissível e extremamente contagiosa, muito comum na infância, podendo acometer também adultos. Os sintomas iniciais são febre alta, acima de 38,5 °C, acompanhada de tosse persistente, irritação ocular e coriza. Após esses sintomas, geralmente há o aparecimento de manchas avermelhadas no rosto, que progridem em direção aos pés, com duração mínima de três dias. Além disso, pode causar infecção nos ouvidos, pneumonia, convulsões, lesão cerebral e morte, além de diarreias e até infecções no encéfalo. Acomete com maior gravidade os desnutridos, recém-nascidos, as gestantes e as pessoas portadoras de imunodeficiências.

A transmissão da doença ocorre de pessoa a pessoa, por meio de secreção expelida ao tossir, espirrar ou falar. O vírus pode ser transmitido do quarto ao sexto dia antes do aparecimento das manchas vermelhas e até o quarto dia após. Em caso de suspeita da doença, a pessoa deve procurar a unidade de saúde mais próxima e evitar a circulação em locais públicos.

A orientação da Sespa aos profissionais das Secretarias Municipais de Saúde, sobretudo aos que atuam nas salas de vacinação, é que notifiquem todo caso suspeito de sarampo, ou seja, coletar amostra sorológica de todo paciente que, independentemente da idade e da situação vacinal, apresentar sintomas referentes à doença associados a relatos de viagens ao exterior e aos Estados com casos confirmados nos últimos 30 dias, ou de contato com pessoas do local, no mesmo período.

Para a comunidade, a Sespa recomenda as seguintes providências: procurar um serviço de saúde caso apresente sinais e sintomas de sarampo; procurar as salas de vacina para atualização do calendário vacinal e/ou realizar vacinação contra o sarampo, como também, em caso de viagem para municípios, estados ou países onde estejam ocorrendo casos de sarampo, regularizar sua situação vacinal antes da ida.

No caso das secretarias municipais de Saúde, há o dever de divulgar à população as medidas preventivas contra a transmissão do sarampo e informações sobre a doença, com a orientação de busca de atendimento médico em caso de sinais e sintomas. A título de informe técnico, as gestões municipais deverão digitar, avaliar, acompanhar e atualizar as fichas de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde.

Fonte: ORM News

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