PESQUISADOR ALERTA – Plantação de mandioca está comprometida pelo avanço da podridão radicular seca

Laboratório de Genética da Interação da Ufopa foi instalado para combater essa doença

“A criação desse Laboratório surgiu após um problema na comunidade da Boa Esperança, de podridão de raízes na mandioca. Fomos lá em 2014, junto com o pessoal do GGI (Grupo de Gestão Integrada) da Prefeitura de Santarém e nós confirmamos que se tratava de um fungo associado. A partir daí foi feito todo um trabalho para selecionar variedades resistentes para os produtores, sendo que essas variedades precisavam ser multiplicadas rapidamente. Por isso, em 2018 foi instalado um novo Laboratório da Ufopa, que é o Laboratório de Micropropagação de Plantas. Agora, essas plantas precisam ser confirmadas que estão isentas de patógenos. Por isso o surgimento desse outro Laboratório, para fazer essa confirmação que essas plantas estão livres de patógenos e de problemas, e também confirmar a identidade das variedades que estão sendo disponíveis para os produtores”, informou Carlos Vildoso.

O estudante de mestrado Bruno Fróes Campos falou como funcionam os estudos: “Inicialmente quando tem um problema associado à raiz de mandioca, a gente obtém esse material, retiramos uma parte da região afetada e vamos fazer dentro de um aparelho que filtra o ar, em condições assépticas, o isolamento desses microrganismos, para confirmar o que está causando essa podridão”.

SAIBA MAIS: O Laboratório realizará estudos genéticos de espécies de plantas, animais e micro-organismos de importância econômica para a Amazônia, em parceria com os produtores rurais e agricultores da região. A inauguração do Laboratório de Genética da Interação contou com a presença de alunos, técnicos e professores da universidade, além da participação do reitor da Ufopa, Hugo Alex Carneiro Diniz; do prefeito de Santarém, Nélio Aguiar; do gerente geral da Cargill Agrícola, Alessandro da Cunha Fernandes; da diretora do Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef), Alanna do Socorro Lima da Silva; e da diretora do Grupo de Gestão Integrada para o Desenvolvimento Regional Sustentável (GGI), Rose Fonseca. O Laboratório será coordenado pelo professor Carlos Ivan Aguilar Vildoso, do Ibef, que fez uma apresentação sobre as dificuldades enfrentadas pelos agricultores locais, sobretudo no cultivo da mandioca.

PESQUISA: De acordo com o professor Carlos Vildoso, inicialmente o laboratório irá trabalhar com a caracterização molecular de variedades de mandioca e de macaxeira, visando a seleção de material de propagação e de micropropagação de mandioca resistente a patógenos e doenças como, por exemplo, a podridão radicular seca, que ocorre no município de Santarém.

“Realizaremos estudos básicos e aplicados com resposta para a sociedade, a exemplo da mandiocultura, que é de grande importância para os pequenos agricultores e indústria na região de Santarém e a nível nacional”, explica Carlos Vildoso. “Esta cultura está comprometida pelo avanço da podridão radicular seca, que está inviabilizando a produção, especialmente em Santarém”, alerta o pesquisador, que trabalha com comunidades rurais situadas na rodovia Curuá-Una.

Segundo o pesquisador, o trabalho integrado entre produtores, extensão e pesquisa vem resultando em um novo sistema de produção da mandioca por micropropagação de mudas resistentes a doenças. “Precisamos garantir, geneticamente, que o material que será entregue aos produtores para cultivo está livre de patógenos que causam doenças”.

Vinculado ao Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef), o Laboratório integra o Núcleo Tecnológico de Bioativos (NTB), situado na Unidade Tapajós, Campus de Santarém. Patrocinado pela Cargill Agrícola S/A, o Laboratório de Genética da Interação é resultado do “Projeto de multiplicação de material de propagação de mandioca e macaxeira com qualidade genética e fitossanitária para a região Oeste do Pará”, coordenado pelo professor doutor Carlos Ivan Aguilar Vildoso, do Ibef.

Por:  Gláucia Rodrigues

Fonte: RG 15/O Impacto