Milton Corrêa Ed. 1256
Confiança do micro e pequeno empresário cai 9,4% desde o início do ano, revela indicador CNDL/SPC Brasil
Apenas 24% dos empresários de menor porte notaram melhora na economia nos últimos seis meses. Maioria dos pessimistas com futuro da economia atribui sentimento negativo a incertezas no campo político
O fraco desempenho da economia continua refletindo na retração dos níveis de confiança do micro e pequeno empresariado brasileiro. Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que após atingir valores máximos no começo do ano, esses números começam a recuar. Em maio, o Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário registrou 59,5 pontos frente a 65,7 em janeiro — uma queda de 9,4% nos últimos cinco meses. No entanto, na comparação com maio de 2018, quando o indicador marcou 54,1 pontos, foi observado um cresci mento.
Pela metodologia, o indicador varia de zero a 100, sendo que, acima de 50 pontos, reflete confiança desses empresários e, abaixo dos 50 pontos, reflete desconfiança com os negócios e com a economia.
Para o presidente da CNDL, José Cesar da Costa, o clima de desapontamento com a economia pode ser explicado por ruídos na articulação política, que vem persistindo mês após mês. “Os dados mais uma vez sinalizam os ruídos políticos gerados ao longo dos meses, os quais trouxeram incertezas sobre a capacidade de aprovação das reformas e do próprio desempenho da economia, que vêm frustrando a classe empresarial e também consumidores”, explica.
O Indicador de Confiança é composto pelo Indicador de Condições Gerais e pelo Indicador de Expectativas. Por meio da avaliação das condições gerais, busca-se medir a percepção dos micro e pequenos empresários sobre os últimos seis meses. Já através das expectativas, busca-se medir o que se espera para os próximos seis meses.
Indicador de condições gerais da economia cai 5,5 pontos e o de expectativas recua 8,9 pontos
O componente do indicador que avalia a percepção dos micro e pequenos empresários sobre os últimos seis meses da economia também apresentou retração, ao marcar 44,0 pontos em maio ante 49,5 em fevereiro. O número é mais um reflexo da atividade econômica que recuou no primeiro trimestre de 2019. O índice que mede as perspectivas em relação à economia para os próximos meses foi outro que registrou queda, com 65,8 pontos, frente 74,7 pontos em fevereiro.
Em termos percentuais, ao avaliar os últimos seis meses, apenas 24% dos micro e pequenos empresários notaram melhora da economia e somente 30% notaram melhora dos próprios negócios. Ainda assim, 65% estão, em alguma medida, confiantes com o futuro da economia do país e 72% projetam melhora com o futuro de seus negócios.
Entre os otimistas com a situação econômica, contudo, a maior parte (39%) não soube mencionar as razões, enquanto 37% disseram concordar com as medidas econômicas do governo. Outros 34% acreditam em um ambiente político mais favorável e 23% enxergam sinais de melhora diante de alguns indicadores. Já entre os otimistas com seus negócios, os recentes investimentos (31%) e a boa gestão interna (27%) são os fatores mais destacados pelos empresários ouvidos.
Quanto aos que se consideram pessimistas com a economia brasileira, 53% justificam essa percepção pelo ambiente de incertezas políticas, enquanto 43% acreditam existir um risco em razão das dificuldades econômicas como aumento dos preços e queda do emprego. Para 30%, a expectativa negativa deve-se ao fato de discordarem das medidas econômicas que vem sendo adotadas. Entre os pessimistas com seus negócios, a maior parte (53%) responsabiliza as vendas que estão em baixa.
“O micro e pequeno empresário segue mais confiante do que no mesmo período do ano passado e na comparação com o auge da crise, mas a euforia que seguiu às eleições agora está mais contida. No segundo semestre, ainda haverá mais uma chance de esses indicadores voltarem a subir, no entanto, tudo vai depender de como será o ambiente político, ou seja, das medidas necessárias para a retomada da economia, como aprovação definitiva da Reforma da Previdência e do prosseguimento de outras agendas, como a reforma tributária”, destaca o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.<br /> 44% afirma que desempenho das vendas em maio foi positivo; 61% esperam aumento do faturamento para os próximos seis meses.
Quando se observa o resultado de vendas no mês de maio, 44% dos micro e pequenos empresários avaliaram o desempenho como bom ou ótimo. Para 38% foi regular e 19% classificaram como ruim ou péssimo. Quanto aos próximos seis meses, 61% esperam que o faturamento aumente, 32% acreditam que se manterá no mesmo nível e 4% acham que vai cair. Entre os que esperam aumento do faturamento, 32% dizem estar buscando novas estratégias de vendas, outros 32% dizem estar em um período favorável às vendas e 25% explicam que melhoraram sua gestão.
E apesar do vai e vem da confiança, 56% conseguiram realizar alguma melhoria nos negócios, enquanto 44% não realizaram. Entre as melhorias apontadas pelos empresários, destacam-se: reforma da empresa (38%), compra de máquinas e equipamentos (36%), ampliação de estoque (23%) e a qualificação da mão de obra (20%).
Amazônia Legal
Amazônia Legal é o nome atribuído pelo governo brasileiro a uma determinada área da Floresta Amazônica, pertencente ao Brasil, e que abrange nove Estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e parte dos estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão. A área corresponde a aproximadamente 5.217.423 km2, cerca de 61% do território brasileiro.
Foi com a finalidade de melhor planejamento e execução de projetos econômicos na região delimitada, que através da Lei n° 1806, de 06 de janeiro de 1953, o governo de Getúlio Vargas decretou a criação da Amazônia Legal (antes denominada Hileia Amazônica).
O extrativismo vegetal é uma das principais atividades econômicas da Amazônia Legal. Grandes empresas, nacionais e internacionais, utilizam as matérias-primas provenientes dessa região, na fabricação dos seus produtos. O Estado do Pará destaca-se por ser o maior produtor mundial do açaí, fruto nativo da região amazônica.