Pará é o 3º Estado com maior custo operacional de transporte

Em um estudo divulgado pela Confederação Nacional de Transporte (CNT) revela que o Pará está entre os piores no quesito qualidade das rodovias. O pior quesito em que o Pará está avaliado é o de “custo operacional de transporte”, que é avaliado a partir do impacto das condições das rodovias na manutenção dos veículos.

Em comparação com o ano passado, o Pará teve o terceiro maior aumento no custo operacional devido às condições do pavimento. Foi registrado um acréscimo de 38,2% a mais do que em 2018, ficando atrás apenas de Amazonas (56,5%) e Acre (66,3%). Isso significa que o Pará não necessariamente tem as piores rodovias do Brasil, mas que as condições de muitas delas causam inúmeros gastos na manutenção dos veículos que por elas transitam.O custo operacional dos veículos é impactado pelas condições das rodovias. Pavimentos deficientes reduzem a segurança viária e aumentam o custo de manutenção dos veículos, além do consumo de combustível, lubrificantes, pneus e freios. O acréscimo médio estimado em todo o Brasil é de 28,5%. Em rodovias com pavimento em péssimo estado de conservação, esse acréscimo chega a ser de 91,5%.

De acordo com o estudo da CNT, apenas 2,1% das rodovias paraenses são consideras em ótimo estado, enquanto 17,6% são vistas como boas e 37,1% tidas como regulares. Em contrapartida, 35,3% das rodovias do Pará estão em estado considerado ruim e 7,9% foram taxadas como péssimas.Em comparação com o ano passado, o estudo constata piora nas condições das características observadas. O estado geral apresenta problemas em 59% da extensão dos trechos avaliados. Em 2018, o percentual foi 57%. Também está pior a situação do pavimento (52,4% com problema), da sinalização (48,1%) e da geometria da via (76,3%). No ano passado, a avaliação foi 50,9%, 44,7% e 75,7% com problemas, respectivamente.

No Ranking das Piores Ligações Rodoviárias, o Pará aparece com sete PA’s, sendo elas as seguintes: PA-150, PA-151, PA-252, PA-287, PA-447, PA-475 e PA-483, todas consideradas em péssimo estado. No quesito dos 10 piores trechos de rodovias brasileiras, dois são paraenses: Belém-PA – Guaraí-TO e Marabá-PA – Dom Eliseu-PA. Já no quesito melhores rodovias brasileiras, nenhuma é paraense.

DADOS ALARMANTES: A Pesquisa CNT de Rodovias avalia toda a malha federal pavimentada e os principais trechos estaduais, também pavimentados. Em 2019, foram analisados 3.966 km no Pará (108.863 km no Brasil).

  • Estado Geral: 80,3% da malha rodoviária pavimentada apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. 19,7% da malha é considerada ótima ou boa.
  • Pavimento: apresenta problemas em 71,2% da extensão avaliada. 28,8% têm condição satisfatória. Em 1,3%, o pavimento está totalmente destruído.
  • Sinalização: 72,8% da extensão é considerada regular, ruim ou péssima. 27,2%, ótima ou boa. A faixa central é inexistente em 20,9% da extensão e as faixas laterais são inexistentes em 20,1%.
  • Geometria da via*: 75,1% da extensão é deficitária e 24,9%, ótima ou boa. As pistas simples predominam em 97,9%. Falta acostamento em 57,2% dos trechos avaliados. Nos trechos com curvas perigosas, em 60,9 % não há acostamento nem defensa.
  • Pontos críticos: a pesquisa identifica 62 no Pará, sendo 14 erosões na pista, 1 queda de barreira e 47 trechos com buracos grandes.
  • Custo operacional: as condições do pavimento geram um aumento de custo operacional do transporte de 38,2%. Isso reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos.
  • Investimentos necessários: para recuperar as rodovias no Pará, com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução, são necessários R$ 1,39 bilhão.
  • Investimentos em 2019: do total de recursos autorizados pelo governo federal para infraestrutura rodoviária especificamente no Pará em 2019 (R$ 521,62 milhões), foram investidos R$ 407,89 milhões até setembro (78,2%).
  • Custo dos acidentes: o prejuízo gerado pelos acidentes foi de R$ 201,07 milhões em 2018. No mesmo período, o governo gastou R$ 443,25 milhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte.
  • Meio ambiente: em 2019, estima-se que haverá um consumo desnecessário de 48,0 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento. Esse desperdício custará R$ 170,06 milhões aos transportadores.

OUTROS DADOS: O número de pontos críticos identificados ao longo dos 108.863 quilômetros pesquisados aumentou 75,6%. Passou de 454 em 2018 para 797 em 2019. Na pesquisa da CNT, são avaliadas as condições de toda a malha federal pavimentada e dos principais trechos estaduais, também pavimentados.

 Nesta edição de 2019, foram percorridas todas as cinco regiões do Brasil, durante= 30 dias (de 20 de maio a 18 de junho), por 24 equipes de pesquisadores.

Além de abordar a situação das rodovias sob gestão pública e sob gestão concedida, o estudo também realiza o levantamento das infraestruturas de apoio, como trechos com postos de abastecimento, borracharias, concessionárias e oficinas mecânicas, restaurantes e lanchonetes disponíveis ao longo das rodovias. Neste ano, uma novidade é o Painel CNT de Consultas Dinâmicas da Pesquisa CNT de Rodovias no site da Confederação, no qual é possível verificar os resultados nacionais e por Unidade da Federação, dados de investimentos, acidentes e meio ambiente, entre outros.

Segundo a Pesquisa, as condições das rodovias impactam diretamente nos custos do transporte. Neste ano, estima-se que, na média nacional, as inadequações do pavimento resultaram em uma elevação do custo operacional do transporte em torno de 28,5%, sendo que o maior índice foi registrado na região Norte (+ de 38,5%). Transporte mais caro significa produtos mais caros e menor.

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