Artigo – Aldeia Global: protestos em Hong Kong geram suicídios nos EUA e atrapalham o churrasco no Brasil
Por Oswaldo Bezerra
A globalização pode ser traduzida com várias definições. No entanto, a mais importantes é a integração dos mercados. Nesta integração o que mais interessa aos países é que suas empresas ganhem o monopólio em seus nichos. Assim, o país pode manter uma dominação econômica e política. Hoje, China e União Europeia se unem ao combate ao protecionismo. Pouco antes de abrir seu mercado, o partido comunista chinês usou justamente do protecionismo para alavancar suas indústrias, e criou milhares de empresas estatais para desenvolver sua economia e infraestrutura.
O sucesso chinês foi tão grande que os EUA, vendo que em breve serão ultrapassados pela China, iniciaram uma guerra assimétrica. É uma guerra sem tiros, mas com muita espionagem, ataques cibernéticos e criação de grupos divergentes no território inimigo. A principal arma usada neste embate é a guerra comercial. A guerra está tão intensa que balançou crescente PIB chinês.
Quando esta guerra já ameaçava o mundo com a pior recessão da história, os mandatários dos EUA e China, resolveram criar um acordo. Neste acordo ficou acertado, entre outras ações, que a China se comprometeria a comprar 50 bilhões de dólares todos os anos dos EUA, em produtos do agronegócio. Como este setor norte-americano anda mal das pernas, Trump resolveu enfatizar uma política voltada ao setor. Antes, já havia ordenado a Bolsonaro a criar cotas para trigo e etanol norte-americano. Com este acordo com os chineses, Trump pretendia salvar o agronegócio estadunidense.
Na outra ponta do acordo os EUA não cumpriram. Foi o de parar de fomentar protestos na ilha de Hong Kong. Mas, o que são estes protestos em Hong Kong? Nas mídias corporativas você só vai ter informação de que os protestos de Hong Kong são contra a tirania chinesa e por democracia. Nós brasileiros precismos entender que todos os conflitos sempre são assuntos muito mais complexos do nosso jornalismo, patrocinado, quer nos resumir.
Todo conflito em Hong Kong começou quando um residente de Taiwan assassinou sua noiva grávida. A ex-colônia britânica (Hong Kong) era o destino perfeito para todos os que cometiam crimes na China. O Reino Unido proibia que a ilha extraditasse criminosos para a China. A China criou uma Lei de extradição de criminosos, incluindo crimes por corrupção e fiscais. A oposição ao governo levantou a hipótese de que esta Lei poderia ser usada para fins políticos. Assim se iniciaram os protestos.
Devido a estes protestos, a China revogou a Lei. Porém, a faísca já havia atingido a gasolina. Assim, grandes autoridades norte-americanas e toda sua mídia corporativa passaram a dar destaque aos protestos em Hong Kong. Apesar do assassino da mulher grávida continuar impune, os líderes dos ativistas foram recebidos na Casa Branca. Em seguida, autoridades estadunidenses criaram comitês dentro de Hong Kong e passaram a financiar os protestos.
Os protestos por mais democracia, em marcha, carregam a bandeira de Hong Kong da era colonial. Importante lembrar que, na era colonia, os britânicos proibiam eleições livres na ilha. É o velho caso de nostalgia de uma época que nunca existiu. Os protestos também carregam bandeiras norte-americanas. Seria inocente dizer que todo o conflito, em Hong Kong, se baseia em ingerência estrangeira, afinal lá é um caso de “um país, dois sistemas”. Sempre existirão conflitos.
Contudo, em meio de uma guerra comercial os EUA usam este conflito como uma carta na manga. Por causa disso, o Partido Comunista chinês denunciou que os EUA são toda a fonte de instabilidade. O PC Chinês desautorizou o seu mandatário a assinar o acordo com Trump. Daí começou o desespero para o agronegócio norte-americano.
O resultado é que milhões de americanos já sentem o efeito da depressão econômica. No coração dos Estados Unidos, as falências estão aumentando, os encargos da dívida estão se tornando esmagadores e as taxas de suicídio estão subindo para níveis sem precedentes. Os EUA Não viam um desespero econômico tão extremo desde a última recessão.
Por outro lado, o Brasil passou a substituir os EUA para as compras chinesas. Frigoríficos têm sido pressionados a fazer ofertas recordes por bois nas fazendas, já que compras pela China aumentaram 23,6%. Muito bom para o agronegócio brasileiro como, por exemplo os bilionários da carne. Porém, para o brasileiro comum as coisas não vão nada bem. Essa venda recorde para a China se traduz, aqui no Brasil, em aumento de até 50% no preço da carne. Os churrascos dos domingos, agora, estão ameaçados.
RG 15/ O Impacto
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