Artigo – Festejando em plena praga

Por Oswaldo Bezerra

A terra arrasada deixada pela pandemia atrasou o desenvolvimento na América Latina em 10 anos. A previsão é de que haja novos 30 milhões de pobres na América Latina até 2030. Neste tempo de choro ainda existem os que vendem lenços e comemoram. São os bilionários.

As grandes fortunas aumentaram nos últimos meses. De março até junho, o patrimônio conjunto dos bilionários aumentou 48 bilhões de dólares. Tempos de desgraça para uns é tempo de prosperidade para outros.

Na América Latina há 73 bilionários. Foram estas 73 pessoas que acumularam 48,2 bilhões de dólares a mais. Deste total, só no Brasil vivem 42 bilionários. Os bilionários brasileiros acumularam no período de março a junho deste ano mais de 34 bilhões de dólares.

Neste mesmo período, o número de pessoas que perderam o emprego foi de 18 milhões de pessoas na América Latina. Essa é a fonte de riquezas que abasteceu as contas dos bilionários.

Com o aumento da fortuna dos bilionários há mais arrecadação para o governo vindo dos impostos destes indivíduos bilionários? Não, apesar de muitas organizações apoiarem Leis de tributação de grandes fortunas. A alíquota prevista de imposto, por estas organizações, é de 2,5%.

Este imposto na América Latina geraria algo em torno de 50 bilhões de dólares, e poderia ter uso no combate a pobreza. Nesta região apenas três países aplicam imposto sobre fortunas. Esses países são Argentina, Uruguai e Colômbia.
Em crises como estas, os bilionários sabem onde por seus ativos. Sabem que os bancos centrais darão suporte financeiro, a juros negativos, com intuito de aquecer a economia. Pelo feito “Cantillon” estes aportes acabam beneficiando apenas os já bilionários.

Mesmo que seja um consenso mundial, a criação de um imposto sobre fortunas tem a sua aplicação, na prática, inviabilizada pela existência dos paraísos fiscais como os do Caribe, ou os europeus como é o caso da Inglaterra.

RG 15 / O Impacto

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