Programa Doenças Ortopédicas da Infância realizará cirurgias no Pará

Após 15 anos sem especialistas para o atendimento ortopédico pediátrico no sistema público de saúde, o governo estadual, através da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) lançou na terça-feira (22), o programa “Doenças Ortopédicas da Infância” que vai realizar cirurgias de alta complexidade nos casos de crianças portadoras de deformidades ortopédicas, sejam as congênitas ou as adquiridas.

Durante o discurso no ato de lançamento do programa o governador ratificou a importância de destacar que este não é um projeto temporário.

“A prestação do serviço ortopédico infantil passa a estar na agenda do Estado e nós esperamos que essa agenda possa rapidamente garantir a fluidez e que possamos o quanto antes eliminar a fila deste tratamento”, disse Helder Barbalho.

“É uma demanda que estava reprimida no Estado. Nós estávamos há mais de 15 anos sem possibilidade de prestar esse serviço a sociedade. No início da nossa gestão, dentro do programa Fila Zero, nós identificamos e criamos a partir das parcerias que foram construídas o programa Doenças Ortopédicas da Infância, que vai atender crianças de todo o Estado pelo CIIR e no hospital Abelardo Santos”, explica Rômulo Rodovalho, Secretário Titular da Sespa.

O programa não irá atender casos de urgência e emergência, apenas casos de patologias e deformidades em caráter eletivo. A expectativa é que sejam realizadas, em média, 30 cirurgias por mês, no entanto esse número pode aumentar, pois já existe uma demanda de aproximadamente 200 crianças aguardando consultas. O atendimento ambulatorial será realizado pelo Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação.

“O CIIR vai atuar tanto no atendimento pré-operatório das crianças, ou seja, fazendo o atendimento inicial, realizando os exames que forem necessários e fazendo o preparado para a cirurgia quanto no pós-operatório realizando o acompanhamento desse paciente” , esclarece Paola Reis, Diretora Executiva do CIIR.

 As consultas podem ser marcadas no centro através do WhatsApp (91) 98564-6266 ou ainda através da regulação estadual que fará o encaminhamento dos pacientes. Como nem todos os casos de doenças ortopédicas são cirúrgicos, caso haja encaminhamento médico, o paciente passará pelo procedimento no Hospital Abelardo Santos. “A equipe que atenderá o paciente é a mesma que vai atende-lo ambulatorialmente no CIIR. Nós garantimos dessa forma para a criança e a família o acompanhamento com o profissional que ela já tem confiança e vínculo e isso vai ajudar a evolução pós- cirúrgica do paciente”, afirma Alex Cruz, diretor geral do hospital Abelardo Santos.

Segundo os especialistas cada doença ortopédica possui características próprias em relação ao tempo de tratamento e necessidade de diagnóstico precoce, porém quantos antes às doenças são identificadas, mais chances há da recuperação completa. “Toda vez que você consegue detectar uma deformidade precocemente, essa deformidade pode ser tratada de uma maneira mais simples e com menos sofrimento para a criança e com menos ônus para o Estado”, ressalta o médico ortopedista Paulo Braga.

4 PROBLEMAS ORTOPÉDICOS COMUNS NA INFÂNCIA: As crianças em desenvolvimento podem apresentar alguns problemas ortopédicos, por isso é importante que os pais estejam atentos aos sinais e sempre recorrerem a um ortopedista. Existem muitas anomalias no desenvolvimento ósseo que a criança pode obter, dentre elas, iremos citar os quatro problemas ortopédicos mais comuns na infância. Ao decorrer do crescimento da criança, alguns desses problemas podem se corrigir sem tratamento. Entretanto é importante manter a calma e pedir ajuda a um especialista, o ortopedista é o profissional mais capacitado para dizer se os detalhes relatados são ou podem se tornar problemas futuros. Entretanto, muitas variações na estrutura óssea infantil, como por exemplo, os joelhos valgo (pernas em tesoura ou arqueadas) são apenas variações normais da anatomia humana.

PÉ CHATO: Grande parte das crianças nasce com o pé achatado e desenvolvem a curvatura plantar correto no decorrer do desenvolvimento. Porém, em algumas crianças não há o desenvolvimento completo da curvatura. Os pais podem perceber isso a medida que percebem que seus filhos tem os tornozelos fracos. Essa condição da a impressão que os tornozelos viram para dentro a medida que os pés tocam no chão.

O tratamento do pé chato só é necessário a partir do momento em que a criança reclama de dor. O ortopedista da criança não deve recomendar nenhum calçado especial porque eles não afetam o desenvolvimento da curvatura plantar do pé.

Algumas pessoas acreditam que o pé chato pode tornar a criança mais desajeitada que as outras, entretanto, esse problema sem outra condição associada não é um motivo válido de preocupação, pois isso não será motivo de interferência na prática de esportes, por exemplo. O ortopedista pode indicar a utilização de palmilhas com suporte de arco, caso a criança apresente sinais de dor.

PÉS VIRADOS PARA DENTRO (OU PARA FORA): Os bebês podem apontar esse problema até a medida que começam a ficar de pé, em torno dos 8 à 15 meses de idade. De acordo com o desenvolvimento das crianças, os pais devem ficar atentos se a mesma continua com esse problema. Essas condições podem ter alguns motivos específicos, entretanto, na grande parte das vezes, são diferenciações normais na forma como os pés e as pernas se alinham. Crianças que andam com os pés virados para dentro tropeçam com frequência e podem ter torção na tíbia( o maior e mais interno osso da perna) onde a perna inferior da perna é girada para dentro.

Em algumas crianças os pés virados para dentro podem estar atrelados a problemas médicos, como por exemplo, a paralisia cerebral. O ortopedista pediátrico deve ser notificado caso a criança apresente giro mais acentuado dos pés ou outras suposições.

Os ortopedistas raramente vêem a necessidade de tratar essa alteração óssea. Sapatos especiais e aparelhos que eram métodos utilizados no passado, esporadicamente apresentam resultado. Essa condição pode ser revertida naturalmente e lentamente. Essa circunstância não interfere em práticas que precisam de coordenação motora. Essa alteração corrige-se por conta própria assim que a criança chega à adolescência e desenvolve melhor controle muscular e coordenação.

PERNAS ARQUEADAS (JOELHO VARO): Essa alteração óssea é uma espécie de flexão exagerada, para fora, do joelho que pode ser sucessivo por gerações. Esse problema é bastante comum em bebes e na grande parte das vezes é corrigido a medida que a criança cresce.

A partir dos dois anos de idade, essa característica pode se tornar um problema médico. Essa caraterística pode ser sinônimo de duas doença, o Raquitismo que consiste em ser um problema de crescimento ósseo normalmente ocasionado pela falta de vitamina D ou cálcio no corpo, essa doença é pouco comum nos dias de hoje e quase sempre é corrigido pela inserção de cálcio e vitamina D na dieta. Isso também pode ser um sinal de doença de Blount, que é uma doença que afeta a tíbia. Ela pode ser identificada em crianças a partir dos dois anos de idade. Essa doença pode se apresentar de forma repentina e agravar rapidamente, sua causa e desconhecida, mas causa o crescimento anormal da parte superior da tíbia juntamente à articulação do joelho. Para a correção da mesma a criança pode precisar fazer uma imobilização ou cirurgia por volta dos três ou quatro anos de idade.

Também é aconselhado o auxilio de um ortopedista caso apenas um lado da perna da criança esteja agravado.

PERNA DE TESOURA(JOELHO VALGO): Grande parte das crianças mostra uma inclinação moderada para a reclinação dos joelhos para dentro. Na faze dos três a seis anos de idade, o corpo passa por uma mudança natural de alinhamento. O tratamento quase nunca é natural porque as pernas se alinham sozinhas.

Quando o problema é apresentado em apenas um lado do corpo, é necessário a intervenção médica para a correção do problema. Antigamente eram utilizados instrumentos como botas ortopédicas, talas, e outros equipamentos ortopédicos. Em casos onde a criança sente dor ou dificuldade pra correr a cirurgia pode ser considerada a partir dos dez anos de idade. (Com informações da Agência Pará e COT).

RG 15 / O Impacto

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