Laboratório da Ufopa entregará resultado de exames de Covid em até 48 horas e pesquisará nova cepa do coronavírus

Uma parceria institucional entre o Governo do Pará e a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) reativou, nesta quarta-feira (24), o Laboratório de Biologia Molecular (Labimol), em Santarém. O laboratório vai desenvolver pesquisas avançadas e realizar três mil exames por mês para diagnosticar a presença do novo coronavírus (Covid-19).

Serão realizados, em média, 300 exames por dia que devem alcançar um total de  25 mil análises nos próximos seis meses. O Labimol é uma unidade de retaguarda, ou seja, sem atendimento ao público. O material analisado será enviado pelas unidades de saúde pública dos municípios da região oeste do Pará.

A diretora do 9º Centro Regional da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Aline Cunha, destacou a importância do laboratório para auxiliar cientificamente nas definições de políticas públicas voltadas ao enfrentamento da Covid na região.

“Entendemos as necessidades e carências dos municípios em ter um laboratório para análises de exames da Covid. Em tempo mais oportuno e resultados mais rápidos, o laboratório vai nos ajudar de diversas formas, inclusive, para que tenhamos um panorama real da nossa situação em Santarém e região. Os resultados do laboratório irão subsidiar as decisões dos gestores”, destacou a diretora.

NOVAS VARIANTES

O Labimol também fará parte do sistema de vigilância genômica, que tem como objetivo monitorar os vírus em circulação e identificar as variantes por meio do sequenciamento genético de amostras.

No espaço também serão desenvolvidas pesquisas para identificar a transmissão e propagação do novo coronavírus em alta escala. Serão analisadas amostras em esgotos residenciais e industriais, além de balneários e praias da região.

Professor da Ufopa e coordenador do Labimol, Marcos Prado explicou que a reativação do laboratório só foi possível após iniciativa do Governo do Pará, que decidiu investir financiando a aquisição de equipamentos para o espaço, que passará a funcionar de forma definitiva.

“Esse laboratório vai investigar a presença da Covid-19 em amostras coletadas em mais de 20 municípios da região oeste do Pará, abrangendo a população de um milhão de habitantes. Teremos o resultado dos exames de forma mais célere e sem a necessidade de transportar essas amostras para Belém”, explicou.

“Teremos condições de entregar os resultados em um prazo de 48 horas após recebermos a coleta. Isso é muito importante, porque vai dar condições ao médico e paciente condições de estabelecer uma conduta e tratamento adequados para evitar propagação do vírus e atendimento adequado. Outra importância da testagem rápida é sobre a utilização das UTIs. Será possível eliminar casos suspeitos é melhor gerir os leitos existentes”, ponderou.

O reitor da Universidade Federal do Oeste do Pará, Hugo Diniz, relembrou que o Labimol funcionou de forma temporária em 2020, realizando cerca de oito mil exames e avaliou que o laboratório, funcionando de forma permanente, terá uma importância estratégica para auxiliar na identificação de variantes do novo coronavírus.

“Desde o ano passado, acreditamos e investimos nesta estratégia de enfrentamento que é a testagem da população para identificar a presença do coronavírus. Em tempo recorde, no ano passado, fizemos uma projeção dele funcionar até dezembro no Hospital Regional e atendemos mais de 7.500 pessoas. Com a nova cepa, apressamos a segunda fase para a instalação do laboratório dentro da faculdade com espaço preparado para fazer testagem e pesquisas. Considero estratégica essa parceria com o Governo do Estado”, avaliou.

OFICIALIZAÇÃO 

A oficialização da parceria entre Estado e Ufopa foi feita durante agenda técnica do governador Helder Barbalho no final do último mês de janeiro. O governador relembrou que o Labimol foi utilizado em 2020 de forma estratégica e provisória.

“Estamos retomando esta iniciativa com investimento de R$ 1 milhão com o laboratório no campus da Ufopa. Essa medida vai dar amplitude para que o laboratório seja uma ferramenta dos alunos e professores na realização de estudos e pesquisas. Esperamos que cientistas e pesquisadores também possam utilizar o espaço para não gerar apenas diagnóstico, mas também que possam pesquisar essa nova cepa advinda do Amazonas, que precisa ser investigada para identificar as ações necessárias em saúde”, disse.

 

RG 15 / O Impacto com Agência Pará

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