Garimpo e desmatamento sujaram água em Alter do Chão, diz laudo da PF

De acordo com o laudo pericial produzido pela Polícia Federal com base em imagens de satélite, a mudança de cor da água de Alter do Chão foi causada pela intensificação do garimpo ilegal no rio Tapajós e seus afluentes. As informações são do Jornal Folha de São Paulo.

Conforme matéria publicada no site da folha nesta quarta-feira(16), o perito responsável pelo caso analisou imagens coletadas de julho de 2021 a janeiro de 2022.

“Elas mostram a evolução dos sedimentos desde os rios no Mato Grosso e o ‘aumento drástico’ da quantidade de sujeira ao passar pela região dos rios Crepori e Jamanxin”, aponta o laudo.

“A análise da perícia da PF mapeou como a ‘pluma de sedimentos’ que turvou as águas teve origem ainda no estado do Mato Grosso no final de outubro e início de novembro de 2021. No entendimento dos técnicos da PF, ela tem como causa o desmatamento nas margens dos rios Juruena e São Manuel, que deságuam no Tapajós, para plantação de monocultura”.

“O desmatamento que ocorre nas margens dos rios citados favorece a lixiviação de material arenoso, argiloso e siltoso. Esses elementos são carreados até os corpos hídricos onde os sedimentos mais finos costumam ficar em suspensão por mais tempo percorrendo longas distâncias”, diz a PF.

Segundo a Folha, em 25 de novembro, a pluma de sedimento já estava em Itaituba e, entre 30 de novembro e 2 de dezembro, chegou às águas cristalinas de Alter do Chão.

“A pluma seguiu descendo o rio e se intensificou drasticamente com o aporte de mais sedimentos advindos, principalmente, dos rios Crepori e Jamanxim, no médio Tapajós”, diz o laudo.

O jornal diz que a PF comparou imagens de afluentes do Tapajós onde não há atuação de garimpeiros e concluiu que eles “permanecem com suas águas mais escuras esverdeadas, indicando que não possuem sedimentos em suspensão”.

“O laudo, embora não tenha analisado a água do rio, alerta também para uso de produtos químicos como mercúrio e o cianeto em garimpos como os da calha do Tapajós”, informa a Folha de São Paulo.

Com informações do Jornal Folha de São Paulo

Foto: Erik Jennings

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