Floresta Nacional do Tapajós usa sustentabilidade para sua conservação

Além de sua exuberância e importância para a sobrevivência de inúmeros seres vivos, a floresta possui o potencial de integrar comunidades, gerar renda a famílias e realizar o uso sustentável dos recursos, como é o caso do que acontece na Floresta Nacional do Tapajós, no Pará.

A unidade é referência em gestão socioambiental, uso sustentável e pesquisa científica no Brasil e na América Latina. Na Flona, atua uma cooperativa criada por moradores da região, a Cooperativa Mista da Flona do Tapajós (Coomflona) – que tem cerca de 260 cooperados e mais de 20 comunidades. A associação tem como principal objetivo viabilizar o aproveitamento sustentável e potencializar a comercialização dos recursos florestais da unidade.

Na floresta, são realizadas atividades diversas, como extração de madeira, de látex, de óleos e produção de mel, de biojóias e de couro ecológico a partir do látex. No caso da madeira, um dos principais produtos comercializados pela cooperativa, ocorre a transformação da matéria-prima, em forma de confecção de móveis artesanais, a partir dos galhos.

Movelaria

O analista ambiental do ICMBio, Bruno Delano, explica que essa produção de peças é recente, iniciou em 2018, e que surgiu como forma de aproveitamento integral da madeira: “Os galhos das árvores manejadas eram considerados resíduos de manejo florestal, descartados no ambiente e dificultavam a regeneração natural do seu banco de sementes”. Após a instalação da Movelaria Anambé, os galhos se tornaram móveis de alto valor agregado.

“A produção gera renda e qualidade de vida para as famílias tradicionais, fornecendo móveis de origem legal para o mercado, certificada pela FSC. Aproveita todo o recurso florestal sem desperdícios e promove a sustentabilidade do uso da floresta”, explica o analista ambiental, Bruno Delano.

A partir de parcerias com designers e organizações não governamentais (ONGs), os comunitários alcançam números expressivos e realizam comercialização de forma nacional e internacional. “Só no ano passado, a gente confeccionou cerca de 9 mil peças de diversos tamanhos, desde armários, cômodas, mesas e portas até bowls e farinheiras”, relata o coordenador da Movelaria Anambé, Arimar Feitosa.

A extração da madeira se dá através de um projeto de manejo florestal comunitário, que tem autorização emitida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Com isso, o manejo da madeira e dos outros produtos causam um mínimo de impacto no meio ambiente, e um grande impacto na economia local e na vida dos moradores da região.

 

 

O impacto com informações do ICMBio
Imagem: Divulgação ICMBio/Arismar Feitosa

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