Mundo – Javier Milei, populista de extrema-direita, vence primárias e embaralha disputa na Argentina

De forma surpreendente, contrariando as pesquisas que indicavam uma perda de fôlego de sua candidatura, o ultradireitista Javier Milei saiu das eleições primárias na Argentina como grande vencedor das eleições primárias e maior força política do país.

Às 6h, no horário de Brasília, com 97,39% das urnas apuradas, Milei estava acima de todas as pré-candidaturas individualmente. Sua sigla, La Libertad Avanza, teve mais votos do que todas as demais coalizões.

O partido de Milei tinha 30,04%. O Juntos por el Cambio, do ex-presidente Mauricio Macri, alcançava 28,28%. Patricia Bullrich conquistou a vaga de candidata à Casa Rosada pelo grupo de centro-direita.

Ex-ministra de Segurança Pública de Macri, ela superou o prefeito de Buenos Aires, Horacio Larreta, com mais de 1 milhão de votos de diferença.

A coalizão governista Unión por la Patria conquistava 27,27% dos votos e se posicionava apenas como terceira força. O ministro da Economia, Sergio Massa, tinha folga na maioria nessa corrente fazendo 3,6 milhões de votos a mais que Juan Grabois.

Embora tenha sido escolhido como pré-candidato do governo, Massa mantém distância do chamado “kirchnerismo raiz”. O nome dele só foi ungido porque, para o grupo político próximo do presidente Alberto Fernández e da vice Cristina Kirchner, ele seria o único minimamente competitivo nas eleições presidenciais de outubro.

Milei, com quase um terço da preferência do eleitorado nacional, superou seus rivais em boa parte das províncias do país.

Cai por terra a ideia, disseminada entre muitos analistas e consultores políticos, de que era um fenômeno popular apenas em Buenos Aires e no entorno da capital.

Dizendo-se libertário e apresentando-se como antissistema, Milei defende a dolarização da economia e a extinção do Banco Central. Ele já prometeu legalizar o comércio de órgãos, quer taxar a educação e saúde públicas e ataca supostas ameaças comunistas em seus discursos.

 

Fonte: CNN
Imagem: Divulgação

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