Santarém – Padre é afastado após denúncia e advogado de defesa se pronuncia

Nesta quinta-feira (11) o advogado de defesa do padre suspeito de pedir um beijo de uma coroinha, se pronunciou a respeito da denúncia registrada na tarde de ontem na Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente (DEACA), em Santarém.

O advogado Igor Costa enfatiza “que o acusado nega categoricamente todas as acusações de condutas inapropriadas com uma menor de 12 anos. Ele assegura que em nenhum momento houve contato físico, troca de olhares inapropriados ou qualquer tipo de insinuação. É fundamental reiterar o princípio básico da Justiça: a presunção de inocência até que se prove o contrário”.

Ainda na nota, concorda com a gravidade das alegações e afirma respeitar o processo legal. Contudo, destaca que é vital que se evite julgamento precipitado e a condenação pública sem o devido processo legal. “A reputação de uma pessoa construída ao longo de uma vida de dedicação e serviço, não pode ser manchada por acusações infundadas”, declarou a defesa.

Por fim, salientou que estão colaborando com as autoridades competentes para esclarecer os fatos. “Estamos confiantes de que, ao final do processo legal, a inocência será comprovada. Pedimos respeito pela privacidade e pela integridade de todas as partes envolvidas durante a apuração do fato”, concluiu.

Afastamento temporário

Após repercussão nas redes sociais e na imprensa, a Arquidiocese de Santarém publicou uma nota de esclarecimento informando que até aquele momento não haviam recebido nenhuma denúncia. Porém, por se tratar de uma notícia pública se fez necessário comunicar o afastamento temporário do padre de suas funções ministeriais a partir de ontem (10) para apuração dos fatos.

A denúncia

Acompanhada da mãe e da tia, a vítima foi até a delegacia registrar um boletim de ocorrência na tarde de quarta-feira (10).  Segundo depoimento da família, na terça-feira (9), por volta das 19h, a menor estava organizando o altar e ao acabar a tarefa mostrou para o padre. Ao concordar que estava tudo correto, a menor se dirigiu para organizar as fitinhas do missal, quando o religioso se aproximou e falou no seu ouvido que queria um beijo na boca.

Neste momento, a coroinha se afastou e mentiu alegando que tinha namorado e que ele estaria a caminho da igreja.  Ainda assim, o padre retrucou “que quando ela largasse o namorado procurasse ele”. Em seguida, a menor serviu durante a missa, mas notou um olhar diferente.

A  vítima relatou à reportagem que não tem namorado, mas que usou do argumento para desviar das investidas do religioso. Enfatizou que os assédios ocorrem desde quando ela tinha 10 anos, mas naquela noite foi a primeira vez que ele teria tentado beijá-la.

 O caso foi enquadrado como crime de importunação sexual.

Por Diene Moura

O Impacto

Foto: Ândria Almeida

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