Ricardo Lewandowski é anunciado como novo ministro da Justiça e Segurança Pública

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (11) que o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski vai assumir a chefia do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Lewandowski vai suceder no cargo Flávio Dino, que foi nomeado por Lula e aprovado pelo Senado como novo ministro do STF – ele deve tomar posse no cargo em fevereiro.

O anúncio foi feito no Palácio do Planalto. Lula estava acompanhado de Lewandowski, Flávio Dino, e da primeira-dama, Janja da Silva. Segundo o presidente, a nomeação será publicada em 19 de janeiro e o novo ministro tomará posse em 1º de fevereiro.

O presidente disse que Lewandowski foi “um extraordinário ministro da Suprema Corte”, e que recebeu na quarta (10) a resposta positiva do ministro aposentado para assumir o cargo.

“Eu acho que ganha o Ministério da Justiça, ganha a Suprema Corte e ganha o povo brasileiro com essa dupla que está aqui do meu lado, cada um na sua função”, disse.

“Normalmente, eu tenho por hábito cultural não indicar ninguém em nenhum ministério. Quero que as pessoas montem o time que elas vão jogar. Se eu fosse técnico de futebol, não permitiria que o presidente do meu time, por mais importante que fosse, fosse escalar o meu time. O meu time sou eu quem escalo. Se eu perder, me tirem, se eu ganhar, eu continuo.”

“[Em 1º de fevereiro] Ele [Lewandowski] já vai ter uma equipe montada, ele vai conversar comigo e aí vamos discutir quem fica, quem sai, quem entra, quais são as novidades”, acrescentou.

Já fora do púlpito, Lula disse que a primeira-dama Janja espera que mulheres ocupem espaço na nova gestão da pasta, ao que Lewandowski respondeu: “Certamente”.

Após o anúncio, autoridades e organizações se manifestaram sobre a escolha de Lewandowski para o cargo.

Em nota, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) parabenizou o ministro pela nova função e colocou a instituição à disposição para “projetos e iniciativas”.

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) também parabenizou Lewandowski por meio de nota e desejou sucesso ao ministro na nova função.

“A Ajufe deseja sucesso ao ministro Ricardo Lewandowski na nova etapa e se coloca à disposição para colaborar nesta desafiadora missão da sua carreira profissional”, diz o documento.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli também se manifestou sobre a escolha e disse que a decisão do presidente Lula foi “muito sábia e feliz”.

“A escolha do Ministro Ricardo Lewandowski para o cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública foi muito sábia e feliz. Mais do que talhado para os desafios do cargo, ele é maior que a própria cadeira que irá ocupar, o que é raro. Isso demonstra sua generosidade, humildade e vocação de homem público voltado ao bem comum da sociedade e demonstra o seu amor ao nosso País, ao nosso Brasil. Desejo a ele toda a sorte do mundo, pois, todos os outros atributos ele os tem de sobra”, escreveu Toffoli.

Ministro aposentado

Lewandowski se tornou ministro do STF em março de 2006 e se aposentou em abril de 2023, um mês antes de completar 75 anos – idade máxima para o posto. “Parto para novas jornadas”, afirmou ao anunciar a antecipação da aposentadoria.

Em julho, o Ministério das Relações Exteriores anunciou a nomeação de Lewandowski para o cargo de árbitro do Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul.

A vaga de Lewandowski no STF foi ocupada por Cristiano Zanin, primeiro indicado de Lula ao tribunal no atual mandato. Quando tomar posse, Flávio Dino substituirá Rosa Weber, que se aposentou em setembro.

Além de Lewandowski, eram cotados nomes como a atual ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), o advogado Marco Aurélio de Carvalho e o secretário-executivo do ministério na gestão de Dino, Ricardo Cappelli.

Perfil

Antes de ingressar no STF, Lewandowski foi desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e juiz do Tribunal de Alçada Criminal do estado.

O ministro presidiu o STF de 2014 a 2016. Em 2016, como manda a Constituição, ele presidiu no Senado, na condição de presidente do STF, o julgamento do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Quando se aposentou no STF, Lewandowski ocupava também a vice-presidência da Corte.

Além do Tribunal do Mercosul, após a aposentadoria, passou a integrar o Conselho de Assuntos Jurídicos da Confederação Nacional da Indústria (instância que preside) e a coordenar o Novo Observatório da Democracia da Advocacia-Geral da União.

Fonte: G1

Imagem: Reprodução/Agência Senado

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