Obama no Brasil
Eu tinha quinze anos e estava em São Paulo.
Fui ver, boquiaberto, na avenida São João, o presidente americano Dwight Eisenhover , o Ike, desfilando num Cadilac preto, a céu aberto, acenando para a população, ao lado do então presidente Juscelino.
Naquela época de 1960, ver um presidente americano ao vivo, era mesmo que presenciar um ET chegando de outro planeta.
Mas, os tempos são diferentes. Agora outro presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vem nos visitar.
Segundo diz a imprensa, vem também fazer turismo e vai, com certeza, ficar maravilhado com a paisagem do Corcovado, no Rio de Janeiro, vai discursar em plena Cinelândia, coisa que lá em seu país seria bem mais difícil, com a neurose que eles têm de assassinar presidentes.
Deveria ser levado ao Maracanã pra ver um Fla-Flu. Aposto que ia gostar.
Se antecipasse um pouco a viagem, poderia ser convidado, com a primeira dama, para desfilar em um carro de destaque em uma escola de samba.
Talvez seja entrevistado pela Hebe Camargo, pelo Amaury ou pelo Jô Soares . Com certeza vai ser perseguido pelo “Pânico” e pelo “CQC”.
As revistas de fofoca vão falar sobre os trajes da esposa Michele e possivelmente dos vestidos da inseparável Hilary, se ela vier junto.
E quem sabe ele não dá uma esticadinha até a Bahia para conhecer o Pelô e outros balangandãs da boa terra…
Pra valer, mesmo, dizem os entendidos que ele vem para “forjar novas alianças para o progresso das Américas”.
Vai se reunir com a Dilma Rousseff para conversar, obviamente, sobre assuntos de interesse comum.
Dilma tinha uma viagem planejada aos Estados Unidos em março, mas resolveu esperar o colega por aqui, mesmo.
Os comentaristas dizem que o Brasil, agora, passou a ser um parceiro importante, com muitos objetivos em comum, o que não deixa de ser verdade, ante a propalada decadência do império ianque e a subida do Brasil no ranque econômico das nações mundiais.
Alô, assessoria: coloquem o homem para conhecer o Marajó e Alter do Chão, a praia mais bonita do mundo, segundo o príncipe inglês (que não conheceu, claro, a região do Arapiuns, no Tapajós…).
Por: José Wilson