Para reflexão

Pierre-Ramalho
Pierre-Ramalho

As ações de combate à corrupção se por um lado atende aos anseios da sociedade, por outro, causa preocupação dado a atitude dos Órgãos envolvidos que denotam clara tendenciosidade político/ideológica. Não resta dúvida que se deve apurar em toda profundidade os ilícitos praticados contra o patrimônio público mesmo que essas apurações atinjam participantes do atual governo, entretanto, que a legalidade e não a arbitrariedade como aconteceu na coerção ao Lula, seja o Norte no processo dessas apurações. A verdade por si só se impõe.

Por mais que a oposição queira responsabilizar a administração petista pela escalada da corrupção em nosso País, foi decisivo para a evolução da repressão aos crimes contra o erário o apoio irrestrito que o governo deu e vem dando ao aparelhamento das Instituições de repressão ao crime organizado. Não resta dúvida que os escândalos ao atingirem pessoas do governo geram o descrédito e a insatisfação. Entretanto, nunca se combateu tanto a corrupção neste País, quanto na atual administração, mesmo que isso implique cortar na própria carne.

A contundência dos protestos em momentos como o que hora vivenciamos é normal em uma democracia, mas, a exacerbação do clima de turbulência não é mera indignação das pessoas, tem outra razão; o estratagema orquestrado pelo facciosismo da mídia em nosso País, cuja expressão maior, filha legítima da ditadura militar historicamente sempre a serviço dos interesses do poder econômico.

Desde a reeleição da presidente Dilma, a ordem na oposição é desestabilizar a administração petista não importando os meios. A indução da opinião pública para formar juízo de valor preconcebido é uma arma poderosíssima para obtenção do apoio da população despolitizada aos objetivos escusos de usurpar o poder legalmente ganho nas urnas.

O momento que vivenciamos é extremamente perigoso para o Estado Democrático de Direito, principalmente pela flagrante presença de tendenciosidade de alguns magistrados, procuradores e delegados. Essas autoridades conscientes da força que detêm (poder de Polícia) enquanto braço forte do Estado passam por cima da legalidade justificando suas arbitrariedades no ordenamento jurídico da (Teoria do Domínio do Fato). Essa teoria, aqui, deturpada foi criada por Hans Welzel em 1939, posteriormente (1963) foi desenvolvida pelo jurista alemão Claus Roxin para alcançar e punir os mandantes das atrocidades nazistas, a usaram também para condenar o ditador do Peru, Alberto Fujimori.

Sem entrarmos no mérito jurídico de sua eficiência no alcance aos autores mediatos especialmente no crime organizado, a forma torcida como vem sendo interpretada leva a que pessoas sejam condenadas sem haver provas fáticas, ou seja, a materialidade do delito. A presunção da culpa a priori é um prejulgamento. Dessa forma nas administrações públicas fica bastante vulnerável quem ocupa cargo de mando na medida em que por inferência pode ser responsabilizado por ilícitos praticados por outrem. (A condenação de José Dirceu no Mensalão é emblemática).

Diante da atual crise político/institucional devemos ficar atentos. O combate à corrupção não pode ser confundido com rázia orquestrada contra o governo. A oposição com esse pretexto se aproveita do estado emocional das pessoas e, hipocritamente posa de salvadora da pátria, de vestal da moralidade. Essa gente, historicamente sempre foi e continua sendo corrupta tanto quanto os que não souberam exercer com dignidade a função pública na atual administração. Não tem estofo moral para arvorar-se baluarte de defesa da moralidade. O povo não deve se iludir por manobras politiqueiras que ameaçam a liberdade e os avanços sociais arduamente conquistados. Por traz de toda a farsa oposicionista está o preconceito de uma gente secularmente acostumada a mamar e sugar a vaca de divinas tetas (O erário).

Eles não aceitam terem sido apeados do poder por um homem do povo, um metalúrgico, sobretudo, que o projeto político petista, que prioriza o soerguimento da classe pobre, secularmente excluída se consolide. Agem pela inveja, sobretudo, pelo desespero, pelo medo, medo de mais uma derrota nas urnas em 2018, ante a maior liderança política da historia de nossa República.

Por isso é imperioso banir Lula do cenário político brasileiro, mas jamais conseguirão porque Lula morto se transformará em eterno mártir do povo; preso, em herói injustiçado; em liberdade, inexoravelmente o presidente do Brasil em 2018. Para essa gente inviabilizar Lula imputando-lhe responsabilidade nos ilícitos praticados pelos que não honraram a confiança neles depositada é uma questão de vida ou morte. O estratagema é inviabilizar também a administração da presidente Dilma, ainda que se reflita na população pelo empobrecimento, pela desesperança gerando a cizânia.

O sistema capitalista é perverso, não perdoa. CUBA é o exemplo maior. Fidel Castro, embora herói nacional, idolatrado pelo seu povo, sempre teve sua imagem maculada pela propaganda capitalista internacional. O povo cubano há mais de meio século vem sofrendo todo tipo de retaliação porque não se ajoelhou ante o poder dos grandes capitais.

Não podemos permitir que a liberdade a nós legada pelos mártires do povo, muitos, anônimos, que sacrificaram suas vidas nos enfrentamentos e nas torturas dos calabouços da ditadura militar, pelo crime de sonhar a construção de uma Nação mais justa e igualitária seja cerceada pelo golpe hora arquitetado. Se hoje o povo tem suas conquistas sociais materializadas na melhoria do padrão de vida dos menos favorecidos, se temos o soberano direito de irmos às ruas nos expressar, devemos ao sacrifício dessas pessoas, também a organização da classe trabalhadora pela sociedade civil organizada, sobretudo pela sua representação política, o Partido dos Trabalhadores que surgiu pelo compromisso ideológico de luta pela defesa dos interesses dos que realmente trabalham, enfim, do povão excluído que sempre carregou esse País nas costas.

Esse legado nos impõe enquanto cidadãos conscientes e comprometidos com a justiça social enfrentarmos a tudo que tente cercear o processo de construção do socialismo em nosso País. A execração facciosa baseada unicamente em delações e inferências a um estadista da estatura de (LULA), que contribuiu e continua contribuindo para a erradicação da secular pobreza do nosso povo, fruto das políticas elitistas dessa gente que hora tenta usurpar o poder, não é apenas uma ameaça ao Lula, é uma ameaça à classe trabalhadora, sobretudo, ao Estado Democrático de Direito.

Por isso é imperioso que todos, trabalhadores sindicalizados, trabalhadores autônomos, trabalhadores rurais, funcionários públicos, especialmente os do baixo escalão, enfim, o povo, se una para não permitir esse golpe. Temos o dever de preservar os avanços sociais tão arduamente conquistados, sobretudo, legar às gerações futuras uma Nação socialmente justa, digna, igualitária e prospera.

NO PASARAN! NÃO HAVERÁ GOLPE!

Fonte: RG 15/O Impacto

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