Dayan: “É preciso ter inteligência para administrar saúde em Santarém”

Os complexos problemas enfrentados pelos usuários do SUS em Santarém parecem não ter solução. É claro que devido à instabilidade econômica e política que assola o país, a precarização das ações de saúde tende a aumentar, maltratando aqueles que não têm condição de pagar a mensalidade e procedimentos na rede de saúde privada.
No contexto cheio de incoerência, onde de um lado temos o contingenciamento dos repasses de verbas públicas, e consequente redução dos investimentos na área de saúde, por outro, um exponencial aumento da demanda de pacientes, inclusive daqueles que antes tinham condições de pagar planos de saúde, e hoje não têm alternativa a não ser o atendimento público, é que se faz necessário aperfeiçoar a aplicação de recursos financeiros, ou seja, saber aplicar no que realmente é necessário, e acima de tudo trazer soluções novas, para velhos problemas.
Uma dinamização de recursos que giram em torno de 400 mil reais deve ser obtida, em consequência da medida divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA), que prevê o encerramento dos atendimentos noturnos em pelo menos quatro unidades, das seis existentes, conhecidas como Postos de Saúde 24 horas. Os recursos destinados à manutenção deste serviço, que não contam com repasses do governo estadual e federal, sendo bancados exclusivamente com recursos próprios do município, apresentam atuação deficitária, pois não realizam o atendimento pleno, pois não contam com a presença de médicos, e nem possibilidade para realizar exames, fazendo com que as pessoas que os procuravam fossem logo em seguida encaminhadas para a UPA 24h ou o PSM.
Para a SEMSA, com recurso economizado será possível contratar mais médicos que atuarão tanto na UPA, quanto no PSM, que são estratégias de saúde que recebem financiamento de outras esferas de governo, e possuem estruturas para melhor atender os pacientes.
Nesta semana, o tema foi discutido e debatido pelos vereadores na Câmara de Santarém. Que fizeram coro sobre terem sido pegos de surpresa pela informação.
Para o vereador Dayan Serique, “posto de saúde 24h não é inteligente, pois não há recursos para financiar esse tipo de posto, ninguém paga médicos e enfermeiros com vento, é preciso ter dinheiro”. Disse ainda que por outro lado a UPA está com pouco atendimento e lá é possível fazer atendimento 24h. Continuou dizendo ser preciso pensar com coerência como fazer para melhorar a saúde no município, e que em nenhum município da região há plenitude em saúde porque não se tem recurso, mas é preciso ter inteligência para administrar com poucos recursos a saúde, caso contrário a situação se agrava e piora. Ao prosseguir disse “a solução é lutar por UPA 24h e para isso é preciso fazer o esforço de pedir mais UPA para a bancada paraense em Brasília, uma vez que o município já necessita e comporta outras unidades do tipo. Agora, como vamos pedir mais Unidades se o atendimento atual está entre seis e sete mil pacientes por mês, quando a capacidade é para 10 mil. Assim não há condições de fazer”.
Dayan Serique, que é vice-presidente da Casa, também fez um apelo para que os vereadores estejam unidos para reparar a falha que existe e não se pode negar que o executivo não está tendo diálogo com a Casa, e em nenhum momento a Câmara mostrou obstáculos para encontrar soluções às problemáticas do município, especialmente quando o assunto é saúde. “Agora quando o governo age de forma unilateral fica mais difícil, e isso não faz com que eu fique choramingando e deixe de exigir o que é certo, que é defender a instalação de mais UPAs, pois na grande área do Santarenzinho e Nova República é preciso uma Unidade de Pronto Atendimento porquê do jeito que está não se sustenta, e mais, não existe em um outro lugar posto de saúde que viva apenas de recursos públicos próprios. Por esse fato tem de haver postos com recursos de contrapartidas a exemplo da UPA que tem recurso dos governos: federal, estadual e municipal. Para finalizar, requeiro que seja feita uma reunião com o secretário de saúde, o prefeito e edis para que se discuta e encontre a melhor forma de melhorar a saúde em Santarém”, disse Dayan.
De acordo com o líder do governo na Câmara, vereador Henderson Pinto, não se pode falar em fechamento de unidades básicas de saúde, mais sim em ajuste de atendimento, o parlamentar garantiu que nenhuma unidade de saúde 24 horas será desativada no município. Segundo ele, ao contrário, o atendimento será melhorado a partir de alguns ajustes.
Por outro lado, o parlamentar esclareceu que não há linha de financiamento com recursos federais para postos 24h, que seriam referenciados à Unidade de Pronto Atendimento 24 horas (UPA 24h), sobre a qual Henderson explicou que não estaria atingindo a meta de 10 mil atendimentos por mês, ficando em torno de cinco a seis mil, o que inviabiliza a liberação de verbas.
O vereador rebateu ainda a informação apresentada por Rogélio Cebuliski. Segundo Henderson, os números a que Gaúcho se referiu são reais, mas não condizem com as ocorrências noturnas; dizem respeito aos atendimentos diurnos.
Mais específico sobre os planos do Governo, o democrata citou que o posto 24h do Livramento não teria justificativa para existir por estar numa área próxima à UPA 24h, o que não se aplicaria, de acordo com ele, às unidades do Santarenzinho e da Nova República, que deverão ter um tratamento diferenciado devido à distância.
Henderson aproveitou para informar que serão melhoradas as ambulâncias para atender a comunidade Boa Esperança e o Distrito de Alter do Chão.
O parlamentar ressaltou que o prefeito Nélio Aguiar estaria esforçando-se para melhorar os serviços em saúde. Citou que logo deve iniciar a licitação para contratação de uma OS para administrar o Hospital Municipal e a UPA 24h.
Ele concluiu tratando do “ruído” na comunicação entre o Legislativo e o Executivo em face da informação acerca da medida polêmica sobre os postos 24h, em que muitos dos pares se queixaram de a Casa não ter sido informada com antecedência, somente obtendo a notícia por meio de mídia digital. O democrata enfatizou que não se poderia deixar de considerar que diversos temas importantes já foram debatidos com a Casa, mas ressalvou que comunicará ao prefeito a insatisfação do plenário no sentido de que o impasse não ocorra novamente.

Fonte: RG 15/O Impacto

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