Artigo – Tornar as vacinas da Covid-19 política foi o grande erro da União Europeia e do Brasil

Por Oswaldo Bezerra

O governo da Dinamarca revelou que dois funcionários de um hospital na Dinamarca tiveram coágulos sanguíneos e hemorragia cerebral depois de serem vacinados contra Covid-19 com a injeção da AstraZeneca. Um já morreu.

O novo relatório surge em meio a preocupações crescentes na União Europeia sobre se a vacina Covid-19 da Oxford-AstraZeneca está ligada a coágulos sanguíneos. Além da Dinamarca a vacina apresentou problemas recentemente na Finlândia e na Noruega.

Considerada pela mídia ocidental como a vacina da OTAN, ela teve propaganda em massa nos meios de comunicação da Europa e EUA. O governo brasileiro se comprometeu com Trump a usar apenas esta vacina. Além disso, o governo brasileiro trabalharia na propaganda contra as vacinas da Rússia e da China. Tudo revelado em documento liberado pelos EUA.

A experiência da Hungria com o programa conjunto de vacinação da UE tem sido frustrante, com Bruxelas falhando em fornecer um suprimento constante de vacinas. Para corrigir isto, Budapeste garantiu vacinas em outro lugar, disse o ministro das Relações Exteriores do país, Peter Szijjarto, que se vacinou com a Sputnik V de fabricação russa.

Ele disse que não sentiu nada nem durante a vacinação nem depois dela. A Hungria receberá 700.000 doses de Sputnik V nas próximas duas semanas, confirmou Szijjarto.

A decisão de não esperar pelos reguladores da UE e adquirir vacinas de forma independente da Rússia e da China impulsionou muito a campanha de vacinação da Hungria, por isso recebeu muitas críticas dos parceiros de Budapeste no bloco europeu.

Algo semelhante ocorreu no Brasil. O número elevado de mortes fez o governo Bolsonaro ser obrigado a aceitar a vacina chinesa coronaVac. Há também pressão de governadores do nordeste, que adquiriram 38 milhões de doses da Sputnik V, para que ela seja liberada no Brasil. O acordo feito lá atrás com Trump é o grande empecilho.

O governo húngaro afirmou que eles nunca fizeram da questão da vacina uma questão de ideologia. Um grande erro que se cometeu, digamos, outras partes da Europa, e do Brasil foi que a questão das vacinas se transformou numa questão de política e ideologia.

A experiência de Budapeste com a campanha de vacinação da UE provou ser frustrante, disse o ministro das Relações Exteriores. Embora a escassez das vacinas por si só fosse bastante compreensível e tolerável, as críticas altamente politizadas, que enfrentou ao se voltar para o Oriente, eram injustas.

Bruxelas está agora sob ataque pelas mesmas pessoas, pelos mesmos burocratas, pelos mesmos políticos por comprar vacinas adicionais para o próprio povo. Por sorte dos húngaros o bloco permite que os órgãos reguladores nacionais dos membros concedam a aprovação de medicamentos para uso emergencial sem esperar pelo resto do “sindicato”.

Com isso a situação mudou, mais e mais países na Europa estão pedindo a aprovação do Sputnik V. Esta não é a primeira vez que os membros do bloco seguiram.

O que quer que a Hungria faça é imediatamente atacado, e alguns meses ou anos depois que todo mundo segue. O ministro húngaro afirmou que “ninguém nos dá o crédito por sermos os primeiros, mas não é assim que a política funciona”.

RG 15 / O Impacto

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