Orlando Silva vai à Câmara nesta terça explicar denúncias de desvios

Orlando Silva

O ministro do Esporte, Orlando Silva, irá à Câmara dos Deputados nesta terça (18) para prestar esclarecimentos sobre denúncias de desvios de verba da pasta. Ele participa de uma audiência conjunta das comissões de Fiscalização e Controle e Turismo e Desporto, marcada para as 14h30.

Em reportagem publicada neste final de semana pela revista “Veja”, o policial militar João Dias Ferreira, preso pela Polícia Civil de Brasília em 2010, disse que Silva recebeu um pacote de dinheiro na garagem do ministério. Segundo ele, o ministro teria comandado um esquema de desvio de verbas do programa Segundo Tempo, destinado a incentivar a prática esportiva entre crianças e adolescentes. Orlando Silva nega o teor das denúncias (leia abaixo).

A ida de Orlando Silva à Câmara para se defender foi solicitada pelo deputado Osmar Júnior (PI), líder do partido do ministro, o PC do B. Segundo a assessoria da liderança, dois requerimentos já haviam sido aprovados para que Orlando Silva fosse à comissão de Fiscalização para falar sobre a Copa do Mundo de 2014. Foi o próprio Osmar Júnior que informou às comissões o interesse do ministro em antecipar a audiência para se defender das denúncias.

Em entrevista nesta segunda, o ministro negou as denúncias e destacou o apoio que recebeu do partido após a publicação da reportagem. “O apoio que tenho de meu partido é irrestrito. Tanto no meu partido quanto no meu governo o que percebo é solidariedade e estímulo”, disse.

Defesa
Na mesma entrevista, Orlando Silva disse repudiar “veementemente” o que classificou como “falsidades” publicadas pela revista. Ele atribuiu a denúncia a uma “reação”, já que, em ação na Justiça, a pasta cobra cerca de R$ 3 milhões de entidades ligadas a João Dias Ferreira beneficiadas pelo programa.

Orlando disse que não faz a “menor ideia” de quem seja a pessoa que, segundo Ferreira, teria entregado a ele o dinheiro. “Não houve, não há e não haverá nenhuma prova das mentiras faladas por esse crimonoso”, declarou o ministro, ao se referir ao policial João Dias Ferreira.

“Não houve, não há e não haverá nenhuma prova das mentiras faladas por esse crimonoso”, disse Silva sobre o policial, ao informar que vai impetrar ação penal por calúnia e ação civil por dano moral contra os que, segundo ele, “armaram uma trama farsesca”.

Ainda nesta terça, o PM vai depor na Polícia Federal. Nesta segunda, ele se encontrou por 20 minutos com o delegado responsável pelo caso, Jackson Rosales. O policial militar foi espontaneamente à superintendência da PF e, na reunião, ficou acertado o depoimento formal.

Investigação
Além de prestar esclarecimentos aos deputados, Orlando Silva deverá se explicar para a Comissão de Ética Pública da Presidência. Na segunda (17), a comissão pediu ao ministro que apresente explicações em até dez dias.

O próprio ministro também protocolou pedidos na Procuradoria Geral da República e no Ministério da Justiça para que o Ministério Público e a Polícia Federal apurem as irregularidades apontadas pela reportagem.

O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), também protocolou pedido de investigação sobre o caso na PGR.

Dilma
Na segunda, a presidente Dilma Rousseff defendeu o ministro, dizendo que o governo respeita o princípio da presunção de inocência.

“Nós, ao contrário de muita gente por aí, temos um princípio democrático e civilizatório. Nós presumimos inocência, e o ministro, não só nós presumimos a integridade dele, como ele tem se manifestado com muita indignação quanto às acusações feitas a ele”, disse a presidente, em viagem à África do Sul.

Orlando Silva afirmou depois que estava “feliz” com o apoio da presidente. “Fiquei feliz com a declaração que presidente deu no exterior”.

Por: Naiara Leão Do G1, em Brasília

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