Pescadores reclamam do baixo preço do pescado em Santarém
O alto índice na oferta e o baixo valor do produto motivou os pescadores de Santarém a reclamar da falta de estratégia para exportar a grande quantidade de peixe capturado no Município. Os pescadores destacam que falta incentivo para a exportação do pescado produzido em Santarém.
Para o diretor de patrimônio pessoal e de finanças da Colônia de Pescadores Z-20, Jandeilsom Rêgo, como todos os anos acontece, a safra do pescado neste final de outubro está sendo muito boa, com bastante oferta de peixes aos consumidores. Por outro lado, os pescadores lamentam o baixo preço do pescado, principalmente por não ter para onde exportar o produto.
“Isso dificulta a categoria dos pescadores de Santarém. Mas, no momento o peixe não tem faltado na mesa da população”, garante Jandeilsom.
Segundo ele, neste período do ano existe um consumo muito grande de algumas espécies, como Piramutaba, Pacú, Aracú, Curimatã, Pirapitinga, Surubim e Dourado, as quais são as mais consumidas em Santarém.
Jandeilsom explica que a Colônia Z-20 está acompanhando o preço do peixe em outros lugares do Brasil, onde foi verificado que a cesta básica, composta por farinha, café, açúcar, feijão, arroz e macarrão, aumentou o custo e, que a renda dos pescadores de outros estados também acompanha a elevação dos preços, mas em Santarém a realidade continua sendo outra.
“No ano passado, o saco de gelo custava R$ 5,00, neste ano subiu pra R$ 8,00. O preço do Mapará e do Fura calça, que são muito consumidos em Santarém, nos frigoríficos fica em torno de R$ 1,50, e esse preço já está congelado há cerca de 10 anos”, afirma Jandeilsom, reforçando que o salário mínimo aumenta todo ano, além da cesta básica e da inflação, mas a renda do pescador diminuiu.
“Tem muito peixe e a população de Santarém não consegue consumir todo o pescado e, que acaba estragando por não ter para onde exportar”, adverte.
ENTREPOSTO PESQUEIRO – De acordo com Jandeilsom Rêgo, talvez com a construção do Entreposto Pesqueiro, previsto para começar em dezembro próximo, a produção do pescado em Santarém possa ter um destino certo.
Ele adianta que o período do defeso começa no dia 15 de novembro, porém, a Colônia Z-20 aguarda a portaria do Ibama determinando quais espécies serão proibidas.
“O Tucunaré está sendo discutido para ver se entra ou não no defeso neste ano. Estamos esperando a portaria do Ibama, para ver se serão 09 ou 10 espécies de peixe proibido neste ano durante o defeso”, destaca.
Procurados por nossa reportagem, nem o gerente do Ibama, nem fiscais e nem o administrador da Feira do Pescado foram encontrados para gravar entrevista.
Fonte: RG 15/O Impacto