Denúncia – Barco da Ceplac de Santarém será enviado para Cametá

Embarcação será doada para a Prefeitura de Cametá, no Nordeste do Pará
Embarcação será doada para a Prefeitura de Cametá, no Nordeste do Pará

O impasse envolvendo o uso do barco/motor Boto Tucuxi, pertencente à Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) chama atenção de agricultores e instituições que utilizam a embarcação para atender comunidades ribeirinhas do entorno de Santarém, além de outros municípios da região do Baixo Amazonas do Pará.

Fontes informaram que após ser empossado a frente da CEPLAC em Santarém, o novo diretor avisou que vai doar a embarcação para a Prefeitura de Cametá, no Nordeste do Pará.

Populares informaram que novo diretor diz que o barco não está sendo utilizado para a CEPLAC. O barco/motor Boto Tucuxi chegou há mais de 10 anos em Santarém. Ele está parado desde dezembro de 2013, no Porto da antiga Sudam.

“Esse barco não gera nenhum tipo de custo pra CEPLAC. Ele atende, também, outras instituições. Por exemplo: quando o Incra utiliza o barco, o órgão paga todo o custo de manutenção, como o combustível gasto durante a viagem, além das diárias dos tripulantes. Por isso não sabemos o motivo do novo diretor querer mandar esse barco pra Cametá”, disse um ex-tripulante da embarcação.

Segundo ele, o barco era utilizado para atender comunidades ribeirinhas e agricultores. Também foi utilizado por instituições, como a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Caso o barco seja enviado para Cametá, de acordo com o ex-tripulante, milhares de agricultores que tem na plantação de cacau a fonte de subsistência, deixarão de ser atendidos pela CEPLAC, tanto em Santarém quanto em outros municípios do Baixo Amazonas.

O trabalhador conta que nos anos de 2002 e 2003, o Tucuxi foi usado pelo Ministério da Agricultura, onde funcionou como barco escola, ajudando a prevenir a proliferação da febre aftosa no Oeste do Pará. Na época, cidades do Estado do Amazonas também foram atendidas, como Parintins.

Hoje, de acordo com ele, quando os outros órgãos requisitam o barco o diretor da CEPLAC não está cedendo. “Por isso que o barco está parado. Todo o custo de viagem é pago pelo órgão que utiliza a embarcação, isso sem gerar nenhum custo para a CEPLAC. Para manter o barco em Santarém é necessário ser firmado um convênio entre a CEPLAC e os outros órgãos. O Incra e o ICMBio não tem embarcação. Hoje, o ICMBio está pagando cerca de R$ 1.500,00 de diária para o dono de um barco que eles estão usando, depois de ter esse aqui que é do Governo e está parado”, critica o trabalhador.

INSTITUIÇÃO: A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) é uma instituição pública de pesquisa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Criada em 20 de fevereiro de 1957, época em que a economia cacaueira atravessava uma grave crise, teve sua atuação, nos seus primórdios, centrada basicamente no apoio à cacauicultura. Desde sua criação, o órgão vem acumulando inúmeras conquistas, graças ao seu modelo de atuação integrada, onde num só Órgão, desenvolve-se atividades de pesquisa, extensão rural e ensino agrícola. Hoje, a CEPLAC atua em seis estados do Brasil: Bahia, Espírito Santo, Pará, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso.

Fonte: RG 15/O Impacto

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