Queremos viver sem medo

Agnaldo Rosas
Agnaldo Rosas

Era previsível que a construção de Belo Monte atrairia um grande contingente populacional para as cidades circunvizinhas e, em especial para Altamira.
Muitos vislumbraram a possibilidade de enriquecimento, e somente alguns poucos enriqueceram. Para a grande maioria, que se vislumbrou com a propaganda do progresso, sofre hoje grandes e sérios prejuízos.
Muitos dos “barrageiros”, trabalhadores nômades, já deixaram a cidade e foram para outras paragens aonde serão construídas outras hidroelétricas. O Brasil não pode parar. O Brasil da região Sul precisa de energia. Ficamos nós com as mazelas sociais que já não eram poucas.
Com os trabalhadores da hidroelétrica, vieram para cá traficantes e bandidos de todas as outras espécies, e isto também era previsível. Se houve planejamento para a contenção da violência, por parte das autoridades municipais, estaduais e federais, todos os envolvidos deveriam pedir demissão de seus cargos, pois o que assistimos são rimes bárbaros, com requintes de crueldade, sem solução alguma.
É assustador o que vem acontecendo aqui em nossa cidade. Os gritos de socorro de uma sociedade que se sente humilhada e fragilizada parece terem chegado aos ouvidos do senhor secretário de segurança do Estado que, dizem, estará presente em Altamira na próxima semana.
Que não nos traga em sua bagagem estratégias meramente reativas e repressivas frequentemente usuais em momentos de clamor público, sob pena de termos de continuar levantando as nossas bandeiras e cartazes com pedidos de PAZ por mais um longo período.

Fonte: RG 15/O Impacto

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