Marcela: “Cosanpa é incompetente na gestão de água”

Vereadora Marcela Tolentino denuncia precariedade da Cosanpa em Santarém
Vereadora Marcela Tolentino denuncia precariedade da Cosanpa em Santarém

“Em Santarém, o rio vira mar, e o mar vira sertão, quando se fala em Cosanpa ninguém traz a solução!”. A constante falta do líquido precioso nas torneiras dos santarenos tem causado revolta na população. E mesmo diante de tanto descaso, parece que nossas autoridades maiores teimam em deixar a população a ver navios.

A problemática voltou, e voltou, e voltou, e voltou […] a ser debatida na Câmara Municipal de Santarém. Para vereadora Marcela Tolentino, é inadmissível o que está acontecendo com relação à constante falta d’água em Santarém. Segundo Marcela, a Cosanpa é incompetente na gestão do abastecimento de água no Município. “O sofrimento é muito grande!”, afirma.

De acordo com a Vereadora, são muitas as famílias de Santarém que sofrem todos os dias e estão sendo obrigadas a comprar água, o que ela considera um absurdo. “Como se isso não bastasse, a Cosanpa ainda ironiza o consumidor, dizendo que vai levar ao SERASA quem não está pagando a conta. Como pagar a conta de água, se a população não tem o produto?”, questiona Marcela.

SANTA PACIÊNCIA: Reforçando o coro da Câmara, o vereador Henderson Pinto (DEM), disse que todos os limites de paciência da população já foram esgotados com relação à falta de água. Como se isso não bastasse, Henderson relata a greve dos servidores locais da Cosanpa, o que ele considera um absurdo. O Vereador entende que tudo o que vem acontecendo, é consequência da irresponsabilidade da gestão da Cosanpa, a nível de Belém, onde está a sede da empresa.

Henderson Pinto sugere à gestão municipal que assuma o seu compromisso no fornecimento de água à população santarena. “A responsabilidade, a obrigação e o dever de cuidar do abastecimento d’água em Santarém são da gestão municipal”, alertou.

Ele entende que essa responsabilidade foi repassada à Cosanpa, com autorização da Câmara, mas ressalta que o contrato pode ser rescindido a qualquer momento, desde que haja interesse do Poder Executivo Municipal.

O Vereador considera “extremamente triste que a Cosanpa seja uma empresa pública do povo do Pará que tenha caído no descrédito, pela irresponsabilidade de seus dirigentes a nível estadual”, sustenta.  

FALTA DE ÁGUA NA CIDADE DEIXA VEREADOR INDIGNADO: O vereador Silvio Neto (PTB) mostrou-se indignado com a falta d’água em Santarém. Enfaticamente, o Vereador define a falta de água em Santarém como um insuportável sofrimento da população. Ele indicou ao Governo do Estado que o setor de operações da Companhia de Saneamento do Pará – Cosanpa – em Belém mande para Santarém as peças de reposição para imediatas substituições de equipamentos, “para que a população não fique sofrendo”, declarou.

Para Silvio Neto, a manutenção nos equipamentos de fornecimento de água em Santarém “tem que ser 24 horas por dia e sete dias por semana”. Para ele não seriam necessários novos poços, mas sim que os já existentes estejam funcionando. “A população quer água na torneira. Se isso não acontece, vem o sofrimento. São inúmeras as reclamações de falta d’água. Não se pode admitir que o sistema pare na sexta e só seja consertado na segunda-feira”, alertou.

Para Neto, o conserto de peças ou bombas danificadas, tem que ser imediato. “Água é vida”! E acrescenta, “se não tivermos a preocupação de fazer funcionar o fornecimento de água 24 horas por dia, a população vai continuar sofrendo com esse grande mal que é a falta d’água no município de Santarém”, observou.

TRABALHADORES EM GREVE: Desde o início do mês, os trabalhadores da Cosanpa, ligados ao Sindicato dos Urbanitários do Pará, deflagraram estado de greve no município de Santarém. De acordo com a coordenação do movimento, a paralisação não está prejudicando o abastecimento de água junto à população, uma vez que está garantido os trinta por cento de trabalhadores atuando nas atividades prioritárias. A pauta de reivindicação dos trabalhadores tem como ponto principal, a atualização do salário base e a melhoria nas condições de trabalho.

“Nós trabalhadores, sabemos que o que nós fornecemos, é essencial para a vida, ninguém vive sem água. A categoria está mantendo trinta por cento do seu quadro funcional, com seus operadores de estações funcionando. Você pode ir a qualquer casa de bomba em Santarém, lá tem um trabalhador, fazendo o seu serviço. Acontece o seguinte, nós temos denunciado isto a um tempão. Algumas estações estão paradas devido à falta de material e equipamentos de reposição. O que acontece, nós temos gente para trabalhar, mas não tem material e nem equipamento para executar serviço”, informou Narciso Sena, diretor do Sindicato dos Urbanitários do Pará.

De acordo com Narciso, a grande dificuldade enfrentada pelos trabalhadores, está no fato da Cosanpa não querer dialogar com a categoria. Ele cita o fato que aconteceu na semana passada, onde em uma reunião convocada pelo Ministério do Trabalho, a empresa não apresentou sequer uma contraproposta.

Sena reafirma que o problema da falta de água registrada em diversos bairros da cidade, não tem relação direta com o movimento grevista.

“O bairro da Esperança, que está sem água há vários dias, sofre esta situação devido a rede de cimento amianto ter se rompido, e até o momento, a direção da empresa em Belém, que foi feito contato, disse que o material está em trânsito,  mas até hoje não chegou. Já discutimos essa questão várias vezes junto ao Ministério Público do Estado, porque em Santarém nós não temos autonomia, nem para comprar um parafuso que seja. A intenção, a gente percebe claramente, vamos desgastar a imagem da empresa, e entregar para o privado, vamos fazer igual fizemos com a Celpa, que, na época, o Jatene era Secretário de Planejamento, e foi ele que preparou toda a questão da privatização da Celpa, e hoje está acontecendo a mesma coisa com Cosanpa. O problema não é a Cosanpa em si, é a péssima administração que tem a empresa. Toda a administração é indicação política, não tem um servidor de carreira à frente da empresa”, determina Narciso Sena.

MESMO COM PÉSSIMO SERVIÇO DA COSANPA, PREFEITO DEFENDE MANUTENÇÃO DO CONTRATO: Por esta, nem os santarenos mais otimistas esperavam – a não ser aqueles que possuem poço em suas residências, e que não estão nem aí para os demais santarenos que sofrem com péssimo abastecimento de água. No mês passado, após reunião no Ministério Público Estadual (MPE), o prefeito Alexandre Von, utilizou o discurso de tom conciliador, quando questionado pelos promotores sobre a sua opinião em relação ao contrato de concessão que a Prefeitura de Santarém mantém com a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa).

Alexandre defendeu o referido contrato, justificando que a falta de eficiência no abastecimento de água em Santarém é um drama histórico. No entanto, disse que com os investimentos que o Estado e a União estão fazendo vão servir para melhorar o sistema como um todo e com isso, o setor busca uma efetiva solução no abastecimento e na ampliação dos serviços aos bairros que atualmente são atendidos precariamente.

O Prefeito defende que haja comprometimentos de todos os atores para que ações institucionais sejam feitas, de fato, a fim de beneficiar a população com melhor serviço de abastecimento de água no Município. Von também disse que as ações efetivas exigem tempo e recursos, embora a Cosanpa já esteja monopolizando o serviço de abastecimento de água e esgoto em Santarém há mais de 30 anos.

Segundo o Prefeito, no momento em que estiver assinado o contrato de investimentos apoiado pela União e pelo Estado, efetivamente implementado e a maioria desses projetos realizados, a população será melhor atendida. Alexandre Von, demonstrando clara defesa pela manutenção do contrato com a Cosanpa, lembrou que e o prazo para a efetivação do referido contrato é até 2017. Além disso, segundo ele, é ruim quando esses contratos são interrompidos por falta de repasses de recursos que dificultam ainda mais a conclusão das obras.

Alexandre Von declarou que tem feito esforço permanente de contato e de cobrança junto à diretoria da Cosanpa para que os investimentos, efetivamente, sejam concretizados. “Só assim, a população terá um atendimento com qualidade superior no que diz respeito ao abastecimento de água em Santarém”, concluiu.

Para o serralheiro João Sousa, 30 anos, a afirmação do Prefeito demonstra que ele não está lutando a favor do povo, e que só vê um lado da situação.

“Com certeza ele não depende de água da Cosanpa, porque se dependesse, seria o primeiro a querer melhorar as coisas. Aqui no bairro, a gente só tem água em abundância na época de chuva, a rua vira uma piscina olímpica. Está claro que ele legisla em causa própria. Ele não vai querer arranjar encrenca com o Governador em pleno ano eleitoral. Enquanto, isso nós que o elegemos somos obrigados a conviver com essas desculpas esfarrapadas, de quem só quer saber do povo na época de eleição”, desabafa João.

Por outro lado, a Câmara Municipal, representada na reunião pelo seu presidente, vereador Reginaldo Campos, defende o rompimento do contrato, para que assim, o poder público busque uma alternativa para atender a contento a demanda da população.

Por: Edmundo Baía Junior

Fonte: RG 15/O Impacto

 

Um comentário em “Marcela: “Cosanpa é incompetente na gestão de água”

  • 20 de junho de 2016 em 08:43
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    Gostamos de receber a água em nossas casas,porém uma grande parte da população não paga suas faturas, alguns nunca pagaram ! E depois queremos serviço eficiente, como se o tratamento,o trabalho e peças do maquinário, e a distribuição nada custassem !!!

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