Artigo – O Mundo vai cortar um enorme volume de papel impresso, equivalente a 7 campos de futebol por minuto
Por Oswaldo Bezerra
Já adquiri certa vez um Kindle (equipamento tipo tablet) para ler livros. Sinceramente, não é a mesma coisa que ler um livro de verdade. Por mais que a tela do kinlde tente imitar uma página de um livro parece não nos dar o mesmo prazer da leitura. Mesmo assim, a tendência da digitalização é sem volta. Hoje, por exemplo, o jornal O Globo informou que deixará de veicular sua versão impressa em Brasília, capital federal, a partir do dia 1 de julho. Aos leitores restará apenas a versão digital.
Para o bem ou para o mal, há um declínio acentuado no volume de páginas impressas também em casa e nos escritórios, à medida que o mundo continua a mudar para o digital. E na sequência do Covid-19 tudo isso se acelerou, e a previsão é de cortes colossais até o final do ano.
A IDC afirma que agora é previsto que os volumes de páginas vejam uma taxa de crescimento anual composto (CAGR) cair 4,8% para o período de 2019-2024, bem pior que a já fraca taxa CAGR do períoro de 2015-2019 que foi de -1,2%.
Mais de 6 milhões de páginas foram impressas por minuto em todo o mundo em 2019. Esse montante equivale a uma área de 54 campos de futebol. Espera-se que, devido a COVID-19, seja removida uma área de 7 campos de futebol por minuto em 2020, segundo Ilona Stankeova, diretora sênior de pesquisa do Imaging Devices & Document Solutions, IDC Europe.
Valeria a pena aumentar ainda mais nossa dependência em tecnologia? A expressão chinesa “zhilaohu” se refere a algo ou alguém que não tem todo o poder que transparece (frase usada geralmente contra o governo dos EUA), literalmente, significa “tigre de papel”. Com o Covid-19, ainda em pleno andamento, parece que já decidimos pelas telas. Espero que esta decisão não seja apenas um grande “tigre de papel”.
RG 15 / O Impacto