Capitã Marvel – Opinião sem spoilers!
Capitã Marvel
(Captain Marvel)
Por Allan Patrick
Enfim chega aos cinemas, Capitã Marvel em grande estilo, com a cara das primeiras produções da Marvel. Trata-se de uma simples aventura, mas ao mesmo tempo avassaladora e empolgante. Regada com cenas de ação espetaculares e visuais sofisticados e criativos, esse filme consegue de forma eficaz mesclar a estética alucinante dos filmes de James Gunn (Guardiões da Galáxia) com o estilo de história similar aos filmes do Capitão América. Como resultado, somos presenteados com uma obra de vida própria carregada por um futuro promissor. Apesar do roteiro simples, a produção consegue fugir da forma corriqueira dos filmes de origem da Marvel. Dito isso, a história começa com Carol Danvers sendo treinada pelos Kree para fazer parte da Star Force. Trata-se de um treinamento bastante rigoroso, algo necessário para que o público entenda certos comportamentos da nossa Capitã Marvel. Praticamente o primeiro ato é desenvolvido no espaço, sendo mais denso que o restante do filme podendo gerar reações diferentes no público.
A história enriquecesse de forma significativa quando se desenrolar na Terra. É na terra que vemos o nascimento do Universo Cinematográfico Marvel e sua execução de fato na presença de um jovem Nick Fury, interpretado pelo rejuvenescido digitalmente Samuel L. Jackson, e em suas interações com Carol Danvers (Brie Larson) e Maria Rambeau (Lashana Lynch). O roteiro utiliza situações e locais que acertam em cheio e de forma memorável o saudoso estilo de vida dos anos 90, usando referências bastante icônicas da época para justificar alguns atos. É necessário esclarecer que tratasse de um filme sobre autodescoberta e autoafirmação, então eles investem bastante em flashbacks e autocitações ao longo da projeção.
O Skrull Talos vivido por Ben Mendelsohn e o personagem mais modificado de sua concepção dos quadrinhos, mas é colocado de forma coerente dentro da narrativa proposta. Jude Law é Yon-Rogg, não o Capitão Marvel como pensávamos que seria e entrega uma atuação padrão para um personagem frio e idealista. Nada espetacular, mas longe de ser ruim. Quem acaba sendo mais uma vez não muito bem aproveitado é Ronan, o Acusador (Lee Pace). Quem rouba a cena de forma apaixonante e engraçada é o adorável gatinho “Goose” sempre que é posto em ação. O bichano laranja é uma grata surpresa cheia de segredos. Tá pensando que o Pantera Negra é o único felino a brilhar na Marvel?.
O que falar da trilha musical. Um verdadeiro show à parte, assim como a trilha sonora. Se os Guardiões estouraram com músicas dos anos 60, 70 e 80, Capitã aposta nos hits dos anos 90 e entrega vários sucessos. A trilha sonora não chega a ganhar tanto destaque, mas tem uma vibe de ficção científica muito boa de ouvir. Prestem atenção nas cenas em que ela usa seus poderes, o tema é bem diferente e envolvente.
Outro ponto que merece nossos aplausos é a direção segura de Anna Boden e Ryan Fleck. Eles adicionam uma dinâmica maestral ao filme, principalmente nos momentos de ação, e entendem a necessidade do “Girl Power”, que não fica nem um pouco implícito, mostrando uma heroína “Badass” para pessoas do Século XXI. Eles entendem a grandiosidade da personagem e a retratam de forma espetacular, eu me apaixonei. Por mais que as pessoas acabem comparando Carol com a Mulher Maravilha de Gal Gadot, considerando que agora, ambas são as grandes heroínas do cinema na atualidade, acho que a comparação mais justa seria com o Homem de Aço, pois ela é superpoderosa e sabe disso, mas também entende seu papel de inspiração para as crianças e divide seu tempo entre salvar o universo e descobrir sobre seu passado.
A equipe de maquiagem e CGI trabalhou de uma forma que dispensa comentários tanto nos rejuvenescimentos quanto na representação do espaço e dos planetas, que estão maravilhosos, assim como os uniformes e poderes dos personagens. Vale lembrar que os Skrulls são famosos por seus poderes metamórficos, podem se transformar em qualquer pessoa e inclusive absorver algumas memórias. Os próprios poderes da Capitã são expressos de maneira espetacular.
Capitã Marvel é uma superaventura, que serve não apenas para apresentar o principal nome da próxima década de filmes da Marvel, mas também para iniciar uma franquia com tanto potencial de desenvolvimento quanto a do Capitão América. Para finalizar, um recado direto para o Thanos, “É bom ficar esperto caro Titã, pois Carol Danvers está entre nós e não veio para brincadeira!”. Quanto poder. Show!!! Ah sim, aos fãs do lendário Stan Lee, preparem-se para se emocionar e não se esqueçam de ver as DUAS cenas pós-créditos. Minha nota 9.0!